Gratidão
pela vida
A
vida é um milagre do universo.
Presente em todas as
expressões imagináveis é lei de amor funcionando no mais profundo significado.
Não importa o nome que se dê
à fonte geradora, é o maior desafio à
inteligência, especialmente quanto à sua finalidade quando atinge o
esplendor no ser humano.
Tendo conquistado o
discernimento e razão, a vida se lhe
corporifica nos cem trilhões de células do organismo, em incomparável
mecanismo de harmonia e de interdependência, controlado pela psique,
em ultima análise, do self original do qual procedem todas as
manifestações físicas.
Conseguindo, nessa fase, a
capacidade de logicar, permite-lhe penetrar nos antes insondáveis mistérios do cosmo, no macro ou no
micro, culminando na ideação, na percepção do abstrato, sobretudo nos
sentimentos de amor, de ternura, de compaixão, de esperança e de alegria. As manifestações primárias aos poucos são substituídas pela transcendência,
e o si-mesmo participa da elaboração
do próprio destino e das ocorrências que lhe trarão a conquista do infinito,
nunca lhe permitindo retroceder ou permanecer em postura parasitária,
inadequada ao processo da evolução.
A
busca da plenitude revela-se como a
máxima aspiração que deve tornar-se realidade. Mas, para
consegui-la, é indispensáveis os
instrumentos da vontade consciente e das necessidades prementes superando
as injunções da sombra que segue ao lado da claridade mental.
A plenitude é a glória de ser-se o a que se está
predestinado pela injunção da força criativa,
independendo das coisas, mas resultante da essência de que cada um é único e
deverá unir-se à inteligência cósmica, tornando-se consciente da realidade
universal.
A
plenitude dilui e absorve a sombra, fazendo desaparecer todas
as marcas ancestrais que dificultavam o
processo da autoiluminação.
Ao lado disso, proporciona a
cura real das mazelas antigas arquivadas no insondável do ser, no seu corpo perispiritual, responsável por
modelar as formas físicas e os equipamentos da sua fisiologia e da sua psicologia.
Recompondo
o corpo emocional com a superação dos traumas,
dos medos, da culpa, da ansiedade possível, traça novos mapas
delineadores dos processos de desenvolvimento, expressando-se em harmonia e
bem-estar conforme sejam alcançados os patamares elevados onde se encontra a
sua destinação.
Assim, são vencidos os
estresses, as desarmonias vibratórias, e facilitada a comunicação equilibrada
de todas as células com as suas memórias ativadas, facultando a
harmônica homeostase.
Embora desempenhando funções
diferentes, essas células no seu circuito perfeito no organismo trabalham em
conjunto pelo todo, sem exaltação ou
timidez, em razão do controle da mente
sobre o corpo.
O ser humano faz tentativas
para uma boa vida, compreendida como, acúmulo de bens e de conforto, que são exigências do ego, em prejuízo da vida boa
e serena conforme aspira o self.
A
busca, da transformação para melhor a cada instante é o hino de louvor e de gratidão à vida que
se experimenta em consonância com a harmonia cósmica.
Nisso não ocorrem imediatas
alterações importantes do ser, mas na maneira como vive, cada qual se mantendo na sua estrutura superior em contínua
ascensão espiritual.
Diz-se que o mundo é o resultado
de contrastes, que é verdade, pelo menos aparentemente. Mas, são esses
contrastes que promovem o
raciocínio, impulsionam as ações
saudáveis, ajudam a desenvolver as
faculdades sublimes do self, pois se
fosse ao contrário, tudo igual, não teria
motivação nem razão para lutar pelo numinoso, alcançando-se um
final degenerativo, sem significado, sem objetivo, por desconhecer-se o outro
lado da ocorrência evolutiva.
A responsável pelos desafios
em seus muitos aspectos é sempre a
natureza, que arranca o indivíduo do estado de entorpecimento para o levar ao
de lucidez. Em tudo estarão presentes as duas faces: o claro e o escuro, o
alto e o baixo, o yang e o yin, a
tristeza e a alegria, o bem e o mal...
A oposição das forças no
universo responde pela existência dele mesmo, assim ocorrendo de maneira
equivalente no cosmo humano.
A
sombra muitas vezes disfarça-se e dá a ilusão de que se
pode ser essencialmente bom, nobremente generoso, completamente afetuoso, sem máculas
nem problema emocional. Essa façanha escraviza muitas pessoas desatentas,
atraindo-as para o fanatismo religioso, racial, desportivo ou de qualquer outra
natureza, gerando graves distúrbios de conduta e recalques de sentimentos. É
normal e saudável deixar-se vivenciar por uma raiva momentânea, por uma tristeza
justificada, por uma reação ante a
agressividade, não se permitindo, no
entanto, transformar esses fenômenos emocionais em estado generalizado de
comportamento. Esses transtornos procedem
da obscuridade existente no ser que se vai libertando das imposições penosas
para fruir o bem-estar, não importando a situação em que se encontre.
A sombra, não se constitui
um adversário perverso, e sim um auxiliar no processo da autorrealização anelada,
pois a vitória sobre a circunstancias, chamadas de aziagas às vezes, faz-se torna-se
responsável pelo equilíbrio emocional.
Muito se teme cair em erro,
quando é uma pessoa que aprendeu a discernir a verdade da impostura, a
realidade da fantasia, a conquista da perda... Não houvesse essa dicotomia,
essa possibilidade, o sentido existencial perderia o seu significado, porque
tudo estaria pronto, terminado, levando ao tédio, ao desinteresse pela vida.
É preciso que o lado favorável de todas as ocorrências
esteja à frente, após a sombra, em convite fascinante que será atendido no
momento oportuno.
Quem não tropeça não avança,
porque todo caminho traz dificuldades e isso só acontece a quem está de pé, indo
adiante.
Nesse sentido, é necessário buscar
a harmonia entre o que se é e o que se quer ser, evitando que a raiz das ocorrências
esteja muito profunda, distante da sua capacidade de arrancá-la quando
necessário.
O organismo sabe que precisa
estar vivo e, para isso, os órgãos funcionam dentro dos vários seguimentos que
se interligam, demonstrando o que se deve fazer em relação ao existir e ao
universo, ao ter e ao ser...
A
consciência vive um contínuo despertar, um natural estado de
lucidez que capacita o indivíduo ao contínuo trabalho, ao enfrentamento das
dificuldades, porque sabe da fatalidade evolutiva a que está ligada. Essa é a
tarefa do self, mas conquistada por
ele, formando um conjunto de apoio à individuação.
Embora se saiba da necessidade
de compaixão com relação à sombra,
uma indiferença assalta muitos lutadores
que temem o empreendimento por considerar impossível conseguir a vitória. Por
outro lado, sentem certa melancolia, em razão do hábito de viver o paradoxo do
bem e do mal-estar, ao qual se está vinculado.
A dor de certa forma, leva o
ser humano a essa atitude, com o objetivo de libertá-lo da sua difícil aflição,
influenciando-o a lutar com destemor, sem pressa nem receio de perda. Nunca se perde a batalha pela plenitude, porque toda conquista
representa um tesouro que acumula tudo quanto já se possui emocionalmente.
Quando alguém percebe que necessita conscientizar a sombra em gratidão
à vida, logo se esboroam os planos perversos de manutenção da ignorância
de si-mesmo. Nesse cometimento,
muitas vezes equivoca-se o pretendente à vitória, experimentando
momentaneamente a predominância do oposto, ao tempo em que, conseguida a
primeira etapa, as seguintes se tornam mais fáceis e edificantes, pelo prazer
que experimenta em cada conquista.
Todo indivíduo normal tem
alguns conflitos básicos, como segurança e insegurança, amor e ódio, medo e
coragem, aceitação e rejeição, alegria e tristeza. Quando vence um deles, surgem as perspectivas para a
conquista do outro em contínuo esforço de autoaprimoramento.
Vivendo-se numa cultura de
violência, de sexo desajustado, de drogadição, de transtornos psicológicos graves,
as incertezas a respeito de tudo tornam-se naturais, constituindo a trilha que
deverá ser vencida para a integração no conjunto dos que conquistaram a
plenitude.
A
gratidão pela vida em qualquer forma que se apresenta em cada
indivíduo é o sublime desiderato a alcançar, pleno e feliz por viver.
Texto trabalhado do livro
Psicologia da Gratidão, escrito pelo espírito Joanna de Ângelis, psicografado
por Divaldo Pereira Franco. Publicado dia 05/05/2015
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