GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Psicologia da Gratidão
EXPERIENCIAS VISIONÁRIAS
Na aplicação da imaginação ativa, técnica reinventada por Jung, como método de
introspecção psíquica, que busca integrar conteúdos do inconsciente na consciência.
O indivíduo que aspira à individuação, atingindo maior grau de interpretação
das experiências e vivencias não fruídas, após desfrutá-las, pode avançar com
mais coragem e aguardar que ocorram as experiências
visionárias, ou estado alterado de consciência conforme Aldous Huxley.
A vivencia dessas vidas não vividas traz uma
ressignificação à existência terrena, eliminando do inconsciente as frustrações
e insegurança que surgiram do não as haver experienciado, nem pela imaginação criativa.
As experiências visionárias ocorrem em duas etapas: a primeira, quando o
aprendiz está preparado, conforme a tradição esotérica, o mestre aparece; a segunda,
quando ocorrem fenômenos paranormais, chamando a sua atenção para outra
dimensão da vida não apenas a da vivencia material.
Embora os mais notáveis psicólogos digam
ser delírio do inconsciente ou fantasias místicas, elas, são reais,
demonstrando a indestrutibilidade do Espirito, expressando-se como o self. (o ser imortal, o Si ou ser
espiritual)
Existem os que tem caráter psicopatológico, junto ao
fenômeno mediúnico de obsessão, e outros
são portadoras de iluminação para o sensitivo que se torna instrumento do mundo
além da matéria, demonstrando que o significado da vida prossegue mesmo após o
túmulo, onde não é consumida.
Na visão unilateral materialista da psicologia, Deus
– como figura mitológica ou transferência neurótica do pai fisiológico para o
transcendental – utilizou-Se de muitas representações humanas para encarnar a Sua criação, como é o caso da
escada de Jacó no estado onírico, - que
se refere aos sonhos –que a construiu para servir de acesso ao céu e de descida
na direção da Terra. Dessa forma, o inconsciente coletivo da humanidade
construiria essa escada em forma de
visões humanas, facilitando dessa forma o entendimento dos mistérios da própria vida.
Tal tipo de fenômenos com certeza ocorrem e, são catalogados como de natureza anímica, por virem
do sensitivo, outros, transcendem a psique e mostram-se como vindos de outra dimensão,
como na psicografia com as duas mãos, nas correspondências cruzadas, no
profetismo, na xenoglossia – ou faculdade de comunicar-se em idioma não conhecido
do paciente, incluindo línguas mortas e ou extintas -, como nas manifestações ectoplásmicas
ou de materializações...
Allan Kardec as estudou por muito tempo, fazendo observações práticas e cuidadosa com mais de mil portadores dessa
faculdade, classificando todas as suas manifestações, catalogando-as como orgânica, que pode
encontrar-se no cérebro, da mesma forma que a inteligência, a memória, as aptidões
artísticas e culturais, religiosas e científicas...
O preconceito no século XIX com tudo que
transcendesse ao estabelecido e às superstições em que se baseavam algumas
crenças religiosas castradoras e punitivas eliminou dos seus estudos nas academias
tudo que parecesse místico, da mesma forma que fez o severo Sigmund Freud. A sua
intolerância foi tamanha, ao abraçar a ditadura
da libido, que chegou a romper o relacionamento com Jung, desde uma visita em sua residência em Viena ouviu os estalidos na estante de livros, esclarecendo que era uma emanação catalíptica e
que se iriam repetir, como ocorreu...
O mestre, temendo que o misticismo penetrasse
e tomasse corpo na psicanálise nascente, a protegeu de qualquer confusão mesmo que fosse remota, mantendo-se
adversário inclemente inclusive da religião, que considerava uma neurose da sociedade.
Quando em Paris, participava de experiências
hipnológicas realizadas pelo eminente anatomopatologista Jean-Martin Charcot,
recebeu de Charles Richet, auxiliar do mestre, o Tratado de metapsíquica humana, que era a síntese das pesquisas do
sábio fisiologista, não a examinando nem superficialmente. Quando o fez quarenta
anos depois, lamentou-se pelo tempo passado, dizendo que, se o tivesse feito
antes, teria encontrado muito material para as suas pesquisas e conclusões.
Apesar disso, os fenômenos foram estudados
por outros também nobres cientistas que os confirmaram, após submeterem os
médiuns aos mais rigorosos instrumentos de controle, para não permitir fraude, comprovando
a realidade das manifestações espirituais que ocorriam ao mesmo tempo em
diferentes países do mundo...
Garimpando todas as informações e observando as manifestações espirituais que ocorriam diante
dele, Allan Kardec apresentou O Livro dos
médiuns, que é um tratado sobre a fenomenologia paranormal, partindo da
possibilidade de existirem Espíritos até as conclusões da sua realidade e da
sua interferência na vida humana, no comportamento e na saúde, no relacionamentos
afetivos e nas animosidades, nos fenômenos da natureza, nos enigmas da psicométrica, do profetismo e
das aparições...
Com essa contribuição, ante o grande numero de condutores de transtornos de varias origens, podemos incluir também as
perturbações de natureza obsessiva como desencadeadores de transtornos e
problemas afligentes.
Portanto, nas experiências visionárias podem-se incluir os fenômenos anímicos e
mediúnicos como responsáveis por grande número delas, convidando o ser humano para
a conquista da individuação.
Há lugar para a gratidão aos imortais, por se preocuparem
com todos que ainda vivendo na matéria não lembram sua procedência espiritual, ajudando-os a preparar-se ao retorno
ao grande lar que é inevitável.
Divaldo Pereira Franco no livro,
Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 02/06/2020.
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