terça-feira, 2 de junho de 2020


GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Psicologia da Gratidão
EXPERIENCIAS VISIONÁRIAS

Na aplicação da imaginação ativa,   técnica reinventada por Jung, como método de introspecção psíquica, que busca integrar conteúdos do inconsciente na consciência. O indivíduo que aspira à individuação, atingindo maior grau de interpretação das experiências e vivencias não fruídas, após desfrutá-las, pode avançar com mais coragem e aguardar que ocorram as experiências visionárias, ou estado alterado de consciência conforme Aldous Huxley.

A vivencia dessas vidas não vividas  traz uma ressignificação à existência terrena, eliminando do inconsciente as frustrações e insegurança que surgiram do não as haver experienciado, nem pela imaginação criativa.

As experiências visionárias ocorrem em duas etapas: a primeira, quando o aprendiz está  preparado, conforme a tradição esotérica, o mestre aparece; a segunda, quando ocorrem fenômenos paranormais, chamando a sua atenção para outra dimensão da vida não apenas   a da vivencia material.

Embora os mais notáveis psicólogos digam ser delírio do inconsciente ou fantasias místicas, elas, são reais, demonstrando a indestrutibilidade do Espirito, expressando-se como o self. (o ser imortal, o Si ou ser espiritual)

Existem os que tem caráter psicopatológico, junto ao fenômeno mediúnico de obsessão,  e outros são portadoras de iluminação para o sensitivo que se torna instrumento do mundo além da matéria, demonstrando que o significado da vida prossegue mesmo após o túmulo, onde não é consumida.

Na visão unilateral materialista da psicologia, Deus – como figura mitológica ou transferência neurótica do pai fisiológico para o transcendental – utilizou-Se de muitas representações humanas para encarnar a Sua criação, como é o caso da escada de Jacó no estado onírico, - que se refere aos sonhos –que a construiu para servir de acesso ao céu e de descida na direção da Terra. Dessa forma, o inconsciente coletivo da humanidade construiria essa escada em forma de visões humanas, facilitando dessa forma o entendimento dos mistérios da própria vida.

Tal tipo de fenômenos com certeza ocorrem e, são catalogados como de natureza anímica, por virem do sensitivo, outros, transcendem a psique e mostram-se como vindos de outra dimensão, como na psicografia com as duas mãos, nas correspondências cruzadas, no profetismo, na xenoglossia – ou faculdade de comunicar-se em idioma não conhecido do paciente, incluindo línguas mortas e ou extintas -, como nas manifestações ectoplásmicas ou de materializações...

Allan Kardec as estudou por muito tempo, fazendo observações práticas e cuidadosa com mais de mil portadores dessa faculdade, classificando todas as suas manifestações,  catalogando-as como orgânica, que pode encontrar-se no cérebro, da mesma forma que a inteligência, a memória, as aptidões artísticas e culturais, religiosas e científicas...

O preconceito no século XIX com tudo que transcendesse ao estabelecido e às superstições em que se baseavam algumas crenças religiosas castradoras e punitivas eliminou dos seus estudos nas academias tudo que parecesse místico, da mesma forma que fez o severo Sigmund Freud. A sua intolerância foi tamanha, ao abraçar a ditadura da libido, que chegou a romper o relacionamento com Jung, desde uma visita em sua residência em Viena ouviu os estalidos na estante de livros, esclarecendo que era uma emanação catalíptica e que se iriam repetir, como ocorreu...

O mestre, temendo que o misticismo penetrasse e tomasse corpo na psicanálise nascente, a protegeu de qualquer  confusão mesmo que fosse remota, mantendo-se adversário inclemente inclusive da religião, que considerava uma neurose da sociedade.

Quando em Paris, participava de experiências hipnológicas realizadas pelo eminente anatomopatologista Jean-Martin Charcot, recebeu de Charles Richet, auxiliar do mestre, o Tratado de metapsíquica humana, que era a síntese das pesquisas do sábio fisiologista, não a examinando nem superficialmente. Quando o fez quarenta anos depois, lamentou-se pelo tempo passado, dizendo que, se o tivesse feito antes, teria encontrado muito material para as suas pesquisas e conclusões.

Apesar disso, os fenômenos foram estudados por outros também nobres cientistas que os confirmaram, após submeterem os médiuns aos mais rigorosos instrumentos de controle, para não permitir fraude, comprovando a realidade das manifestações espirituais que ocorriam ao mesmo tempo em diferentes países do mundo...


Garimpando todas as informações e observando as manifestações espirituais que ocorriam diante dele, Allan Kardec apresentou O Livro dos médiuns, que é um tratado sobre a fenomenologia paranormal, partindo da possibilidade de existirem Espíritos até as conclusões da sua realidade e da sua interferência na vida humana, no comportamento e na saúde, no relacionamentos afetivos e nas animosidades, nos fenômenos da natureza, nos enigmas da psicométrica, do profetismo e das aparições...

Com essa contribuição, ante o grande numero de condutores de transtornos de varias origens, podemos incluir também as perturbações de natureza obsessiva  como desencadeadores de transtornos e problemas afligentes.

Portanto, nas experiências visionárias podem-se incluir os fenômenos anímicos e mediúnicos como responsáveis por grande número delas, convidando o ser humano para a conquista da individuação.

Há lugar para  a gratidão aos imortais, por se preocuparem com todos que ainda  vivendo na matéria não lembram sua procedência espiritual, ajudando-os a preparar-se ao retorno ao grande lar que é inevitável.

Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 02/06/2020.

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