sábado, 3 de agosto de 2019


GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Psicologia da Gratidão
AMBIÇÕES PSICOLOGICAS E TRANSTORNOS DE CONDUTA

Infelizmente, o ser humano renasce hoje  num contexto cultural imediatista, utilitarista, em que os valores reais são colocados em plano secundário sendo a ele exigido conquistar aqueles que são valores passageiros, que fazem parte das coisas materiais.

A formação cultural e educacional destaca como meta os triunfos de fora, a conquista dos recursos que exaltam o ego, que o alienam, que entorpecem os melhores sentimentos de beleza e de amor, que são substituídos pelo poder e pelo ter, acreditando-se triunfador na  sociedade, no setor econômico, político, religioso e outros...

Pouco se pensa na construção interior saudável do ser que (re) inicia a jornada carnal, incutindo-lhes propostas nobres da autorrealização pelo bem, pelo reto cumprimento do dever, pelas aspirações da beleza, da harmonia e da imortalidade. Considerados de significado modesto, que os podem reservar para a velhice ou para quando chegarem as doenças. Essa filosofia da comodidade suplanta a busca do equilíbrio emocional e moral, ficando no padrão dos prazeres sensoriais.

Com esse comportamento, o egoísmo marca o percurso da preparação do ser jovem, registrando na mente que é preciso destacar-se na comunidade a qualquer preço, que o perturba nesse período de formação da personalidade e da própria identidade, tomando como modelo o que chama a atenção: os comportamentos exóticos, alienantes, as paixões de efeito imediato, sem que os sentimentos educados possam fixar-se nos painéis dos hábitos para a construção  da conduta do futuro.

Surgem as culpas que lhe dormem no inconsciente e ressurgem as qualidades negativas, que deveriam ser corrigidas, mas que encontram campo para se expressar através da irresponsabilidade moral e comportamental em uma sociedade leniente, que tudo aceita, desde que esteja nos padrões do exibicionismo, da fama, da fortuna, da passageira mocidade do corpo e da sua estética...

Tem-se também os vícios sociais como forma de participação dos grupos em que se movimentam, como o tabaco, o álcool, quando não se apresentam simultaneamente, abrindo espaço para as drogas alucinógenas e  destrutivo dos neurônios, do discernimento, da saúde orgânica, emocional e mental.

Nessa conceituação, o importante é o prazer, que é considerado natural, normal, alegre, mesmo sendo via substancias químicas devastadoras e de comprometimentos sexuais desgastantes.

A cultura permissiva e cruel, na qual a ética e a moral são consideradas amolecimento do caráter, debilidade mental, conflito de inferioridade disfarçado de pureza, em lamentável ironia contra os tesouros espirituais, únicos que trazem saúde real e equilíbrio.

Lentamente, o exibicionismo do crime que se torna legal estimula ao desrespeito às leis da vida, quando os multiplicadores de opinião e pessoas ditas famosas, mais pela exuberância do desequilíbrio do que pela construção edificante, apresentam-se na mídia para narrar as experiências dolorosas dos abortos praticados, das traições conjugais, das mudanças de parceiro em adultérios chocantes ou relacionamentos múltiplos e promíscuos, como novos padrões de conduta.

Caminhando para a decrepitude que logo chega e se instala no organismo gasto na futilidade e na corrupção, de repente percebem que se encontram no exilio, ao abandono, no esquecimento, com o surgimento de outros biótipos mais ousados e paranoicos, experimentando remorso e fazendo lamentáveis quadros de depressão tardiamente...

Conforme envelhece diminuindo a vitalidade orgânica e a morte se aproxima, quando os não surpreende nas bacanais, nas overdoses, na luxúria e no despautério, desesperam-se e buscam novos escândalos para serem notícias que desapareceram da mídia que os explorou e consumiu, logo se apagando no silencio do anonimato ou sendo estigmatizados pelos novos deuses da ocasião...

Passam a manifestar os transtornos psicológicos, nas áreas da afetividade, da conduta, das emoções.

Sem as necessárias resistências morais para os enfrentamentos naturais que ocorrem com todos os seres vivos, apegam-se à negativa, posição cômoda para justificar a falta de valor íntimo, permitindo que a sombra lhes governe os sentimentos angustiados.
Abre-se-lhes, então, a comporta emocional para a fuga psicológica e a transferência de responsabilidade para os outros, variando de algoz, culminando no governo, em Cristo e mesmo em Deus...
               
Em consequência da necessidade de realizar a compensação interna, libertando-se do auto enfrentamento para se transformar em vítima da família, da sociedade, da vida...

O significado da existência também se encontra no caminho em que se viaja para a meta escolhida como determinante para o bem-estar.

Nesse sentido, é necessário manter-se em atitude receptiva em relação aos dons do existir, tirando os melhores resultados de cada momento, sem angústia nem projeção para o objetivo da luta.

Qualquer indivíduo que busque o bem e o amor trabalha-se interiormente e busca os relacionamentos afetivos ou não, sentindo satisfação a cada momento, porque a experiência de ambos os sentimentos transforma-se em alegria de viver pelos conteúdos de que se revestem.

Há muita coisa no mundo da ilusão de que não se tem necessidade. O apego egóico às quinquilharias, às quais se atribui valor, faz sofrer o ser que as não possui, levando-o a uma permanente inquietação para aumentar a posse, acumulando inutilidades em prejuízo dos bens internos  que enriquecem a vida.

A preocupação em consumir ainda continua, sem valorizar as bênçãos da saúde, da lucidez mental, dos movimentos harmônicos, da afetividade compensadora.

O ideal era que cada um que desperta para os bens imateriais afirmar, sorrindo: “Quanta coisa eu já não necessito! Agradeço, portanto, a Deus, a dádiva de haver superado essa fase da minha existência.”

Vencendo o conflito e o transtorno psicológico, a emoção gratulatória assoma e a satisfação existencial toma sentido no constructo pessoal.

Quando surgem os sinais da gratidão, mesmo diante do que se considera falta ou insucesso, percebe-se a conquista da normalidade emocional e mental do indivíduo.

As cidades antes se celebrizavam pela suntuosidade das suas catedrais, demonstrando o poder e a grandeza. Aqueles santuários vem sendo substituídos pelos shoppings centers e pelos motéis atraentes e perversos...

Houve, de certa forma, a superação da beleza, da arte, da fé religiosa, mesmo que arbitrária anteriormente, para o consumismo, o tormento das aquisições e o relaxamento no prazer sexual de origem duvidosa e de efeitos perturbadores.

Daí vem as crises, cada uma mais forte, até o  indivíduo despertar para a mudança interior, agradecendo o que lhe foi infortúnio, desventura mas que o despertou para a realidade.

Pessoas que tiveram morte clínica e retornaram, que estiveram a um passo da desencarnação por acidentes, que foram vítimas de ocorrências danosas, de perdas significativas, logo superado o período de aflição, mudam de conceituação a respeito da vida e dos seus valores.

E tornam-se agradecidas ao que lhes aconteceu.

Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 03/08/2019.





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