GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Aplicativos gratulatório
Quando
se pensa nos aplicativos gratulatórios, o arquétipo correspondente organiza a
história dos acontecimentos dando um novo passo na conquista da consciência. Não se
trata de uma conquista convencional, mas de uma forma de melhor entender a
realidade. Uma forma de se reconhecer a grandeza da vida, sua beleza e seu
significado.
É
natural certa nostalgia em torno da gratidão conforme a herança ancestral,
devendo ser superada pelo sentimento de ser útil e participar no crescimento da sociedade toda como do indivíduo em particular.
O ser humano é um cocriador dos reflexos da realidade na história
da evolução moral e espiritual toda que, muitas vezes, surge no inconsciente
como sonhos arquetípicos, que se transformam em desviadores de metas a serem
alcançadas.
Todos tem
papeis importantes a desempenhar no universo, permitindo que a
consciência reflita as ocorrências do cosmo e consiga introjetá-las na
consciência individual, e depois na coletiva.
Herdeiro
de experiências pessoais, o ser humano é chamado a crescer em cada etapa do seu
processo de desenvolvimento ético-moral, experienciando pequenos valores que se
transformam em significados profundos. É natural querer produzir
realizações de grande porte, capazes de provocar admiração, num processo de
exaltação do ego, embora, sejam as de aparente pequeno valor que aprimoram o
caráter e contribuem para a saúde emocional por estarem mais vivas no dia a dia
existencial de cada um e de todos em geral.
A
solidariedade, que encanta as massas, na comunicação midiática,
raramente é exercitada como gratulatório, devendo criar o hábito de ser-se
útil, de estar-se vigilante e lúcido sempre para ajudar, contribuindo com mudança
do status quo vigente para um patamar
histórico e moral mais elevado.
Redescobrir
a solidariedade, participando ativamente dos labores coletivos e auxiliando com
os recursos da compreensão, da bondade e do entendimento fraternal em torno das
deficiências dos outros e das dificuldades enfrentadas pela maioria, ainda na
infância psicológica, é conduta relevante e de alta magnitude. Essa
cooperação se expressa pelo interesse de tornar a vida na Terra mais feliz,
diminuindo as possibilidades de atritos e de desconforto moral, social e
econômico, com a gentileza e o auxilio que se pode colocar a disposição de quem
necessita.
Esse
esforço traz ao ego a consciência da sua responsabilidade de superar a sombra e
vincular-se ao self numa dinâmica portadora de edificações
significativas. Essa conduta traz para o indivíduo a alegria de viver, ajudando a
libertar-se do estresse, evitando que caia na neurastenia ou na depressão.
Com o exercício
do sentimento gratulatório, automatiza-se o comportamento que
presente no inconsciente, agora exteriorizando-se sem esforço em outras oportunidades.
A
consciência objetiva (a psique) está sempre relacionada com a subjetividade do
ego, sendo assim imprevisível, já o inconsciente com os estereótipos
arquivados responde com significação esperada e que se deseja.
Ampliando
o elenco da gratidão, vale considerar-se a ternura que vem perdendo espaço no
comportamento dos indivíduos armados contra as ocorrências perturbadoras, e
praticamente só é expressa nos relacionamentos mais íntimos, nos momentos de
emoção afetiva especial entre os familiares e amigos próximos. A ternura,
deveria ser uma conduta natural, irradiando gentileza e prazer no convívio com
tudo e envolve o indivíduo: a natureza e suas expressões, os seres humanos,
mesmo os inamistosos, que são atormentados pelos conflitos em que permanecem.
A
ternura resulta da cultura e da vivencia das ações superiores do amor, que
estabelece modelos de conduta enobrecedora, exteriorizando-se como simpatia e generosidade.
Todos precisamos
do estímulo e da ternura que mantém os relacionamentos nos momentos difíceis, as afeições quando se vão desgastando, interrompendo o fluxo da animosidade quando surge.
Nas
uniões sexuais, por exemplo, um dos fatores de futuros desentendimentos é a
falta de ternura no relacionamento entre os parceiros. Mais atraídos pelo
prazer sexual, as pessoas quase não valorizam a convivência, porque são carentes
afetivos interiores que esperam ser preenchidas pela outra, carentes afetivos
interiores que também sofre da mesma falta da afetividade pessoal. Passadas as sensações do prazer valorizado,
surgem os atritos solitários a dois, que se esquecem de ser solidários reciprocamente.
Sem a
ternura que estreita os vínculos do amor entre os que constituem a parceria, o
gozo desfrutado é passageiro e dá espaço
a aspirações diferentes, abrindo a mente a sonhos e ambições por outrem que lhe proporcione mais do que a
febre do desejo e da realização rápida. Em consequência, nasce a insatisfação,
a procura de alguém que seria o ideal mitológico da perfeição, sem lembrar que
esse ser buscado com ansiedade por seu lado também está a desejar e buscar.
É o caso das pessoas que dizem estar esperando o ser real para se unir,
crendo que essa é uma ambição geral. E como todos estão esperando que seja o
outro o preenchedor do seu vazio existencial, cresce o numero dos solitários e
insatisfeitos em todo lugar, mesmo na multidão, na família, nos vínculos da
afetividade apressada...
A
ternura propõe a preocupação que causa bem-estar, quando
se pensa no outro, buscando a melhor maneira de fazê-lo feliz, mantendo a
comunicação jovial, os toques afetuosos demonstrativos da necessidade da
presença e da reciprocidade afetiva...
O tempo sem tempo de que todos se queixam hoje
parece responsável pelas carências de todo tipo, quando
na realidade é a falta da afetividade que tem criado as fugas psicológicas, as transferências
para as coisas e os lugares, aplicando a oportunidade útil em buscas e atividades secundárias frustradoras.
É indispensável encarar a própria deficiência afetiva e remontar
às causas próximas e remotas, reservando-se
momentos para o autoexame da consciência, para a transcendência, para o
encontro com o si profundo.
Toda vez que a sombra mascara os sentimentos do indivíduo sem
deixar que a realidade venha a tona, a fuga o mantém preso ao conveniente, ao
que gostaria de ser, empurrando-o para o medo de ser desvelado, criando dessa
forma conflito desnecessário e de fácil
eliminação, usando da coragem do discernimento para se assumir como se é,
embora com limites e dificuldades, ou com as bênçãos e realizações já
conquistadas.
Bom
lembrar que a sombra vigilante está sempre armada contra as aquisições novas, como mecanismo
de autodefesa para a sobrevivência, ocultando-se no ego. É muito importante
portanto sempre o cuidado para identificar e trabalha-la, diluindo sua
influencia e libertando-se para assumir
a própria realidade.
A
gratidão contribui nessa batalha silenciosa que ocorre na psique, porque
oferece uma visão ampla do mundo e profunda daqueles que fazem parte do circulo
das amizades .
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira
Franco no livro, Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria
Azevedo Farias. 10/02/2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário