“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
RELACIONAMENTOS
AFETIVOS
O
instinto gregário predominante nos animais e principalmente no ser humano, que
nasceu para viver em grupo, formando comunidades e a humanidade, leva-o aos
relacionamentos que são parte da sua vida.
A caminhada
de ascensão em isolamento agride ao processo evolutivo, marcado por sofrimentos
desnecessários.
Existem
casos em que a solidão leva à reflexões profundas, como pano de fundo para os registros superiores da vida.
Mas o afastamento
da sociedade, com o pretexto de servir melhor a Deus, é fuga, talvez inconsciente, dos
relacionamentos responsáveis pelas experienciais do convívio, da solidariedade,
em tentativa de se evitar conflitos e desgastes normais em todas as experiências
de vivencia com o outro.
A proposta
sabia que Jesus oferece se refere ao amor ao próximo como salto emocional para o amor a Deus.
O desenvolvimento
do afeto é impositivo natural para a elevação do Espírito.
Surge,
no início, nos impositivos da libido, responsável pela multiplicação da espécie.
Conforme o ser humano mais se eleva, torna-se mais complexo, alcançando a
abnegação, a renuncia, o sacrifício até mesmo da própria vida.
As criaturas
precisam de relações afetivas, mesmo nos reinos iniciais da evolução...
Desde a
escolha pura e simples dos parceiros, nos primeiros tempos em que os caprichos masculinos
predominavam, a união sexual era uma das razões fundamentais para o bem-estar
dos grupos sociais.
Aos poucos,
com o processo de discernimento emocional e do surgimento dos princípios éticos
e morais, tentando-se equilibrar as funções do sexo distante da promiscuidade e
dos relacionamentos múltiplos, surgiu então a monogamia como estágio em que o sentimento de amor passou a
predominar, e não os impulsos desordenados da libido.
A disciplina
sexual tornou-se importante para o processo de equilíbrio comportamental e espiritual da criatura
humana.
Com essa
conquista, a família passa a ser indispensável na socialização da criatura
terrestre.
Mesmo quando
predominava nos relacionamentos o egoísmo, a família abria o leque da
afetividade com todos os seus membros.
A união,
dos parceiros tornou-se uma necessidade do progresso social, mas, porque a
cultura da época fosse ainda asselvajada, a mulher tornou-se vítima das paixões
indignas, colocada em plano inferior, sofrendo penalidades perversas, quando
cometendo qualquer equivoco que desagradasse o parceiro caprichoso.
A culpa imposta pelo mito da criação, responsabilizando-a pela deserção do homem no
paraíso, tornou-a inferior e , portanto, subalterna, amada, mas em plano de
significação secundária.
Graças a evolução do pensamento
filosófico, psicológico e sociológico, aos poucos a mulher vem conquistando o
seu lugar de relevância no relacionamento afetivo, na construção e condução da
família, permitindo-lhe os mesmos direitos concedidos ao homem.
A liberdade buscada pela
mulher, depois das muitas humilhações através dos milênios e da submissão
absurda através dos tempos, foi adquirida, correndo hoje o risco, de cair na
libertinagem que infelizmente a espreita...
Os relacionamentos afetivos são
muito importantes no crescimento do ser humano, que busca a fraternidade
universal como impositivo do progresso que não acaba no qual se encontra
submetido.
Enquanto reinar vício mental de
relacionamento egóico e pessoal, a relação afetiva estará fadada ao fracasso.
Existem uniões programadas no
mundo espiritual, antes do mergulho carnal, quando os futuros parceiros se
comprometem a estar juntos, contribuindo para o bem-estar da humanidade.
Há parcerias, que na maioria
das vezes, resultam de interesses imediatistas, de sensações de prazer, de
necessidades biológicas e emocionais, sem compromissos de responsabilidade.
Nesses casos, elas são rápidas
e frustrantes, porque cada membros está mais interessado em si e não no outro, trazendo lamentáveis
transtornos emocionais e sociais.
Se as pessoas são psicologicamente
maduras e responsáveis, predomina o amor na busca do parceiro, que é eleito pelos
seus valores internos, portanto pela sintonia espiritual, formando os
relacionamentos felizes.
Nesses casos, os valores éticos
predominam e ajudam a superar as dificuldades normais no entendimento entre os
que se unem, sem perderem as suas características, mas também sem que imponham
ao outro apenas o que lhes convém.
Dessa forma, a família
estrutura-se em bases seguras de respeito e de amizade entre os seus membros,
tornando-se paradigma de sustentação do grupamento social.
Tendo ou não firmados
compromissos legais ou religiosos da união, o que prevalece é sempre o amor.
Quando o amor não floresce nos
sentimentos e nas mentes, a caminhada é áspera e cheia de perturbações, os
relacionamentos são rápidos e tumultuados, porque o prazer do sexo é passageiro,
e novos interesses surgem nos indivíduos descomprometidos com os valores emocionais
do outro.
Todo relacionamento afetivo que
mantém dois indivíduos em união merece o maior respeito, por propiciar a
harmonia dos dois parceiros que se sentem compensados pelas sensações do prazer
e principalmente pelas elevadas emoções da afetividade,
O afeto une as criaturas, umas
às outras, permitindo também o intercâmbio de hormônios psíquicos, esses realmente responsáveis pela harmonia e
saúde integral dos seres humanos.
Nessas uniões felizes sempre há
a preocupação de repartir alegrias com o outro, e de compartir com as alegrias
deles.
Quando buscares parcerias
afetivas, lembra-te de contribuir com quem eleges para companhia, considerando
que não tens o direito de ferir os sentimentos do teu próximo, de quem se te
afeiçoa e confia, entregando-se em totalidade.
O uso que faças da tua
afetividade será o teu futuro de bênçãos ou de solidão, mesmo que estejas acompanhado,
vivendo um sofrido vazio existencial, que tipifica a sociedade contemporânea.
A união dos sexos sob as bênçãos
do amor é o sublime instituto em que se constrói a família, síntese essencial
da grande humanidade.
Texto
de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado
e editado por Adáuria Azevedo Farias. 08/04/2018.
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