domingo, 8 de abril de 2018


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
RELACIONAMENTOS AFETIVOS


O instinto gregário predominante nos animais e principalmente no ser humano, que nasceu para viver em grupo, formando comunidades e a humanidade, leva-o aos relacionamentos que são parte da sua vida.

A caminhada de ascensão em isolamento agride ao processo evolutivo, marcado por sofrimentos desnecessários.

Existem casos em que a solidão leva à reflexões profundas, como pano de fundo para os registros superiores da vida.

Mas o afastamento da sociedade, com o pretexto de servir melhor a Deus,  é fuga, talvez inconsciente, dos relacionamentos responsáveis pelas experienciais do convívio, da solidariedade, em tentativa de se evitar conflitos e desgastes normais em todas as experiências de vivencia com o outro.

A proposta sabia que Jesus oferece se refere ao amor ao próximo como salto emocional  para o amor a Deus.

O desenvolvimento do afeto é impositivo natural para a elevação do Espírito.

Surge, no início, nos impositivos da libido, responsável pela multiplicação da espécie. Conforme o ser humano mais se eleva, torna-se mais complexo, alcançando a abnegação, a renuncia, o sacrifício até mesmo da própria vida.

As criaturas precisam de relações afetivas, mesmo nos reinos iniciais da evolução...

Desde a escolha pura e simples dos parceiros, nos primeiros tempos em que os caprichos masculinos predominavam, a união sexual era uma das razões fundamentais para o bem-estar dos grupos sociais.

Aos poucos, com o processo de discernimento emocional e do surgimento dos princípios éticos e morais, tentando-se equilibrar as funções do sexo distante da promiscuidade e dos relacionamentos múltiplos, surgiu então a monogamia como  estágio em que o sentimento de amor passou a predominar, e não os impulsos desordenados da libido.

A disciplina sexual tornou-se importante para o processo de equilíbrio  comportamental e espiritual da criatura humana.

Com essa conquista, a família passa a ser indispensável na socialização da criatura terrestre.

Mesmo quando predominava nos relacionamentos o egoísmo, a família abria o leque da afetividade com todos os seus membros.

A união, dos parceiros tornou-se uma necessidade do progresso social, mas, porque a cultura da época fosse ainda asselvajada, a mulher tornou-se vítima das paixões indignas, colocada em plano inferior, sofrendo penalidades perversas, quando cometendo qualquer equivoco que desagradasse o parceiro caprichoso.

A   culpa imposta pelo mito da criação,  responsabilizando-a pela deserção do homem no paraíso, tornou-a inferior e , portanto, subalterna, amada, mas em plano de significação secundária.

Graças a evolução do pensamento filosófico, psicológico e sociológico, aos poucos a mulher vem conquistando o seu lugar de relevância no relacionamento afetivo, na construção e condução da família, permitindo-lhe os mesmos direitos concedidos ao homem.

A liberdade buscada pela mulher, depois das muitas humilhações através dos milênios e da submissão absurda através dos tempos, foi adquirida, correndo hoje o risco, de cair na libertinagem que infelizmente a espreita...


Os relacionamentos afetivos são muito importantes no crescimento do ser humano, que busca a fraternidade universal como impositivo do progresso que não acaba no qual se encontra submetido.

Enquanto reinar vício mental de relacionamento egóico e pessoal, a relação afetiva estará fadada ao fracasso.

Existem uniões programadas no mundo espiritual, antes do mergulho carnal, quando os futuros parceiros se comprometem a estar juntos, contribuindo para o bem-estar da humanidade.

Há parcerias, que na maioria das vezes, resultam de interesses imediatistas, de sensações de prazer, de necessidades biológicas e emocionais, sem compromissos de responsabilidade.

Nesses casos, elas são rápidas e frustrantes, porque cada membros está mais interessado em si  e não no outro, trazendo lamentáveis transtornos emocionais e sociais.

Se as pessoas são psicologicamente maduras e responsáveis, predomina o amor na busca do parceiro, que é eleito pelos seus valores internos, portanto pela sintonia espiritual, formando os relacionamentos felizes.

Nesses casos, os valores éticos predominam e ajudam a superar as dificuldades normais no entendimento entre os que se unem, sem perderem as suas características, mas também sem que imponham ao outro apenas o que lhes convém.

Dessa forma, a família estrutura-se em bases seguras de respeito e de amizade entre os seus membros, tornando-se paradigma de sustentação do grupamento social.

Tendo ou não firmados compromissos legais ou religiosos da união, o que prevalece é sempre o amor.

Quando o amor não floresce nos sentimentos e nas mentes, a caminhada é áspera e cheia de perturbações, os relacionamentos são rápidos e tumultuados, porque o prazer do sexo é passageiro, e novos interesses surgem nos indivíduos descomprometidos com os valores emocionais do outro.

Todo relacionamento afetivo que mantém dois indivíduos em união merece o maior respeito, por propiciar a harmonia dos dois parceiros que se sentem compensados pelas sensações do prazer e principalmente pelas elevadas emoções da afetividade,

O afeto une as criaturas, umas às outras, permitindo também o intercâmbio de hormônios psíquicos, esses realmente responsáveis pela harmonia e saúde integral dos seres humanos.

Nessas uniões felizes sempre há a preocupação de repartir alegrias com o outro, e de compartir com as alegrias deles.


Quando buscares parcerias afetivas, lembra-te de contribuir com quem eleges para companhia, considerando que não tens o direito de ferir os sentimentos do teu próximo, de quem se te afeiçoa e confia, entregando-se em  totalidade.

O uso que faças da tua afetividade será o teu futuro de bênçãos ou de solidão, mesmo que estejas acompanhado, vivendo um sofrido vazio existencial,  que tipifica a sociedade contemporânea.

A união dos sexos sob as bênçãos do amor é o sublime instituto  em  que se constrói a família, síntese essencial da grande humanidade.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 08/04/2018.





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