sábado, 20 de janeiro de 2018


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

ENTREGA PESSOAL

Nas lutas terrestres, as que se referem a interesses materiais, os indivíduos sinceros atiram-se, com garra e devotamento, para conquistar valores que os exaltarão no grupo social, dando-lhes poder e prazer, de forma que os destaquem na comunidade.

Mesmo atingindo os objetivos que buscavam, prosseguem na luta sem fim para conquistar mais, cansando-se se exaurindo para conquistar fortuna e distinções que fascinam o ego.

Já as questões espirituais, quase sempre no segundo plano, a morosidade e os melindres presentes continuamente, dificultando a entrega pessoal aos ideais que parecem abraçar.

Com relativa e variada constância, mudam de conceitos, buscam desculpas para afastar-se dos compromissos, cansados e incompreendidos, como se buscassem um clube social para o relaxamento do trabalho convencional, ou para o jogo dos interesses imediatos, e não um educandário para a autoiluminação.

Ocorre que a convicção religiosa que os caracteriza nem sempre se encontra fundamentada nos fatos que convencem o intelecto e alteram o comportamento emocional, propiciando alegria real e renovação interior no compromisso que abraçam.

Isso mesmo acontece no campo do moderno cristianismo sob a égide do Consolador.

Na inicio fascinando-se, com os conteúdos extraordinários da revelação espírita, parecem acordar para a realidade dantes desconhecida e esforçam-se com certo fervor na vivencia e na divulgação da mensagem libertadora.

Para eles, Jesus ressurge das cinzas das doutrinas ortodoxas em toda a Sua grandeza trazendo as possibilidades da harmonia íntima,  trazendo libertação das paixões perturbadoras, dos estados de morbidez, dos tormentos comuns aos demais seres humanos, aqueles que ainda não despertaram para a compreensão dos valores transcendentes da vida.

Com o passar do tempo e deveriam aprofundar os estudos e o comportamento nas sábias diretrizes apresentadas no evangelho, um certo torpor toma-lhes conta e a monotonia toma-lhes, conta passando a estranhas condutas exigentes em relação aos outros, em busca de pretextos para afastar-se da responsabilidade assumida espontaneamente, acusando de irresponsáveis os demais e atribuindo-se direitos que, na realidade não possuem.

O trabalho na seara de Jesus é de abnegação pessoal intransferível, e cada candidato deve procurar compreender que necessita servir, e não considerar-se indispensável ou importante no conjunto.

A única aristocracia que aparece no grupo é a de natureza moral e espiritual, destacando-se o indivíduo pela abnegação e devotamento, sempre disposto a servir e a amar, sem  preocupar-se em receber a retribuição com os aplausos enganosos e o servilismo infeliz.

Quem encontra realmente Jesus vive uma mudança profunda de conceito a respeito da vida e, sendo honesto consigo mesmo, busca deixar-se penetrar pelo Seu indizivel amor, tornando-se, conforme a expressão paulina, uma carta viva do evangelho.


Quando Jesus se refere aos deveres  com César e os com Deus, fica claro que o reino dos céus é prioritário ao mundo terrestre, sendo o ultimo transitório, e o primeiro é permanente. Um é aparente e o outro é real.

Escolher Deus em detrimento de Mamon é grande audácia e de superior entendimento a respeito da vida corporal.

Não sendo necessário abandonar-se o mundo e os compromissos com a sociedade, esses instrumentos valiosos  que estimulam o progresso e desenvolvem os sentimentos nobres, para ser fiel ao trabalho iluminativo.

As vezes, ao se buscar o isolamento com o pretexto de bem servi-Lo, quase sempre existem razões conflitivas no íntimo daquele que, assim se expressa que foge dos enfrentamentos necessários ao seu burilamento interior.

Ninguém serve a Deus, fugindo do mundo e suas tribulações. É nesse atrito de interesses, nem sempre saudáveis, que o cristão pode afinar a sua fidelidade aos objetivos interiormente abraçados.

Mas isso não o impede da fidelidade integral à fé racional que o enche de alegrias e o fortalece nas lutas naturais  que o edificam.

A entrega total a Jesus não significa desprezar as pessoas, mas representa mais interesse pelo próximo, maior dedicação à prática do bem,  realizações favoráveis ao desenvolvimento ético, moral e cultural da sociedade.

Jesus é o grande libertador das consciências, por isso, segue à frente, tendo, quando na Terra, a preocupação de exemplificar tudo quanto ensinava aos discípulos e ao povo faminto de misericórdia e de paz.

As enfermidades que feriam as multidões eram a capa externa do seu estado interior, dos seus tormentos dominadores, que o Senhor diluía, para que compreendessem quão passageiros são os acontecimentos no mundo, tanto as agradáveis quanto, os afligentes...

Quando o discípulo da palavra compreende que tem um compromisso com a verdade e que a sua existência está traçada para que se engrandeça e alcance a luz da serenidade e da alegria de viver, é inevitável a entrega plena Àquele que o atrai e o fascina.

Não é uma atitude de arroubamento, de  entusiasmo rápido, e sim um profundo trabalho de reflexão, considerando os valores que se encontram em jogo, as opções diferentes, e elegendo as que são fundamentais para a conquista da plenitude.


Se te encontras na encruzilhada difícil da decisão entre o mundo e Jesus, não te permitas perturbar.

Ora e, envolvendo-te nas sublimes energias que vem do Mais Alto, deixa-te inspirar pela sabedoria dos ensinos Dele, que te estão ao alcance, e decide-te, assumindo a responsabilidade integral pela conclusão a que chegaste,

Depois de experimentares a Sua presença no teu mundo íntimo, o mais te será menos importante, e cada vez sentirás mais sede de comunhão com Ele e com a vida verdadeira.

Jamais te arrependerás pela aceitação consciente do compromisso.

Enfrentarás, sem dúvida, dificuldades e viverás momentos de dor, compreende-se.

Mas não esqueças que o Seu é um fardo leve, e suave o Seu julgamento, e  deixa que Ele tome conta das tuas dores e ajude-te a superá-las.

Vai em frente e, quando o anjo da desencarnação fechar as tuas pálpebras, verás que a vida exuberante te aguarda, e Ele, de braços abertos, te receberá com alegria.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 20/0l/2018.

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