“GRAVITANDO
EM TORNO DE DEUS”
ENTREGA
PESSOAL
Nas
lutas terrestres, as que se referem a interesses materiais, os indivíduos
sinceros atiram-se, com garra e devotamento, para conquistar valores que os
exaltarão no grupo social, dando-lhes poder e prazer, de forma que os destaquem
na comunidade.
Mesmo
atingindo os objetivos que buscavam, prosseguem na luta sem fim para conquistar
mais, cansando-se se exaurindo para conquistar fortuna e distinções que
fascinam o ego.
Já
as questões espirituais, quase sempre no segundo plano, a morosidade e os
melindres presentes continuamente, dificultando a entrega pessoal aos ideais
que parecem abraçar.
Com
relativa e variada constância, mudam de conceitos, buscam desculpas para
afastar-se dos compromissos, cansados e incompreendidos, como se buscassem um
clube social para o relaxamento do trabalho convencional, ou para o jogo dos
interesses imediatos, e não um educandário para a autoiluminação.
Ocorre
que a convicção religiosa que os caracteriza nem sempre se encontra
fundamentada nos fatos que convencem o intelecto e alteram o comportamento
emocional, propiciando alegria real e renovação interior no compromisso que
abraçam.
Isso
mesmo acontece no campo do moderno cristianismo sob a égide do Consolador.
Na
inicio fascinando-se, com os conteúdos extraordinários da revelação espírita,
parecem acordar para a realidade dantes desconhecida e esforçam-se com certo
fervor na vivencia e na divulgação da mensagem libertadora.
Para
eles, Jesus ressurge das cinzas das doutrinas ortodoxas em toda a Sua grandeza trazendo
as possibilidades da harmonia íntima, trazendo
libertação das paixões perturbadoras, dos estados de morbidez, dos tormentos comuns
aos demais seres humanos, aqueles que ainda não despertaram para a compreensão
dos valores transcendentes da vida.
Com
o passar do tempo e deveriam aprofundar os estudos e o comportamento nas sábias
diretrizes apresentadas no evangelho, um certo torpor toma-lhes conta e a
monotonia toma-lhes, conta passando a estranhas condutas exigentes em relação
aos outros, em busca de pretextos para afastar-se da responsabilidade assumida espontaneamente,
acusando de irresponsáveis os demais e atribuindo-se direitos que, na realidade
não possuem.
O
trabalho na seara de Jesus é de abnegação pessoal intransferível, e cada candidato
deve procurar compreender que necessita
servir, e não considerar-se indispensável ou importante no conjunto.
A
única aristocracia que aparece no grupo é a de natureza moral e espiritual,
destacando-se o indivíduo pela abnegação e devotamento, sempre disposto a
servir e a amar, sem preocupar-se em
receber a retribuição com os aplausos enganosos e o servilismo infeliz.
Quem
encontra realmente Jesus vive uma mudança profunda de conceito a respeito da vida
e, sendo honesto consigo mesmo, busca deixar-se penetrar pelo Seu indizivel
amor, tornando-se, conforme a expressão paulina, uma carta viva do evangelho.
Quando
Jesus se refere aos deveres com César e os
com Deus, fica claro que o reino dos céus é prioritário ao mundo terrestre, sendo
o ultimo transitório, e o primeiro é permanente. Um é aparente e o outro é
real.
Escolher
Deus em detrimento de Mamon é grande audácia e de superior entendimento a
respeito da vida corporal.
Não
sendo necessário abandonar-se o mundo e os compromissos com a sociedade, esses instrumentos
valiosos que estimulam o progresso e
desenvolvem os sentimentos nobres, para ser fiel ao trabalho iluminativo.
As
vezes, ao se buscar o isolamento com o pretexto de bem servi-Lo, quase sempre
existem razões conflitivas no íntimo daquele que, assim se expressa que foge
dos enfrentamentos necessários ao seu burilamento interior.
Ninguém
serve a Deus, fugindo do mundo e suas tribulações. É nesse atrito de
interesses, nem sempre saudáveis, que o cristão pode afinar a sua fidelidade
aos objetivos interiormente abraçados.
Mas
isso não o impede da fidelidade integral à fé
racional que o enche de alegrias e o fortalece nas lutas naturais que o edificam.
A
entrega total a Jesus não significa desprezar as pessoas, mas representa mais
interesse pelo próximo, maior dedicação à prática do bem, realizações favoráveis ao desenvolvimento
ético, moral e cultural da sociedade.
Jesus
é o grande libertador das consciências, por isso, segue à frente, tendo, quando
na Terra, a preocupação de exemplificar tudo quanto ensinava aos discípulos e
ao povo faminto de misericórdia e de paz.
As
enfermidades que feriam as multidões eram a capa externa do seu estado
interior, dos seus tormentos dominadores, que o Senhor diluía, para que compreendessem
quão passageiros são os acontecimentos no mundo, tanto as agradáveis quanto, os
afligentes...
Quando
o discípulo da palavra compreende que tem um compromisso com a verdade e que a
sua existência está traçada para que se engrandeça e alcance a luz da
serenidade e da alegria de viver, é inevitável a entrega plena Àquele que o
atrai e o fascina.
Não
é uma atitude de arroubamento, de entusiasmo rápido, e sim um profundo trabalho
de reflexão, considerando os valores que se encontram em jogo, as opções
diferentes, e elegendo as que são fundamentais para a conquista da plenitude.
Se
te encontras na encruzilhada difícil da decisão entre o mundo e Jesus, não te
permitas perturbar.
Ora
e, envolvendo-te nas sublimes energias que vem do Mais Alto, deixa-te inspirar
pela sabedoria dos ensinos Dele, que te estão ao alcance, e decide-te,
assumindo a responsabilidade integral pela conclusão a que chegaste,
Depois
de experimentares a Sua presença no teu mundo íntimo, o mais te será menos
importante, e cada vez sentirás mais sede de comunhão com Ele e com a vida
verdadeira.
Jamais
te arrependerás pela aceitação consciente do compromisso.
Enfrentarás,
sem dúvida, dificuldades e viverás momentos de dor, compreende-se.
Mas
não esqueças que o Seu é um fardo leve, e suave o Seu julgamento, e deixa que Ele tome conta das tuas dores e
ajude-te a superá-las.
Vai
em frente e, quando o anjo da desencarnação fechar as tuas pálpebras, verás que
a vida exuberante te aguarda, e Ele, de braços abertos, te receberá com alegria.
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 20/0l/2018.
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