“GRAVITANDO
EM TORNO DE DEUS”
A
BENÇÃO DO PERDÃO
A harmonia Universal é resultado
do equilíbrio entre tudo que existe no infinito das suas diferenças.
No macro ou no
microcosmo, existe a ordem, embora, sob o olhar apressado de observador,
apresente-se sob forma de caos. Esse caos visto é resultado da pobreza de
quem o contempla.
No perfeito ajustamento
das leis do universo, as diferenças são responsáveis pelo conjunto
equilibrado, como ocorre numa orquestra formada por muitos instrumentos
musicais seguindo a mesma partitura regido
por um sábio.
O Pai Amoroso é esse
regente universal que criou tudo, tendo como regra básica
a simetria.
Os seres humanos também
são diferentes sob todos os aspectos: fisiológica, psicológica, e mentalmente, em consequência
do processo de evolução em que todos se encontram. É natural, que
tenham as mesmas dificuldades, paixões, aspirações e sofrimentos, variando de
biotipologia e intensidade emocional.
Consequentemente,
em qualquer tipo de relacionamento, sempre há desafios à fraternidade e à afeição, ao
respeito e ao comportamento, abrindo espaço para os atritos, as desconfianças, as
agressões, as inimizades...
Aqueles em faixas mais
primárias do processo de desenvolvimento ético-moral não
tendo ainda as energias necessárias para
o equilíbrio, caem em repetidas situações de agressividade e de
desconsideração pelos outros.
Ainda sofrem as
dificuldades vindas dos instintos, do egoísmo, no qual se protegem ou apoiam,
para combater todos que, por um motivo qualquer, ou mesmo sem motivo,
apresentam-se como antipáticos ou ocupam o lugar que acreditem lhes pertencer,
embora sem condições.
Tornam-se, por isso, sérios
adversários que se satisfazem em malsinar, agredir
e criar dificuldades.
A
verdadeira compreensão do seu estágio antropopsicológico
permite que seja desculpado por aquele que se torna vítima indefesa.
Todos vivenciam
dificuldades no propósito interior de transformação
moral para melhor.
Superar os instintos e
adotar a razão como norma de conduta, sem as exigências
descabidas nem as negligencias convencionais, é importante razão para se viver
em harmonia consigo mesmo, e, por extensão, com o seu próximo.
Somente através do
autoconhecimento, dos exercícios de reflexão a respeito
dos problemas existenciais, adquire-se o equilíbrio e o sentimento de
amor capaz de desenvolver o perdão como norma de conduta em todos os momentos.
Quando se descobre em
dificuldades para a superar as tendências negativas e perturbadoras,
facilita a compreensão de que os outros também passam pela mesma situação de
dificuldade. E daí vem a tolerância das deficiências alheias, desenvolvendo-se o
sentimento de compaixão com as misérias humanas, caminho ainda difícil para a
ascensão espiritual.
Esforça-te para não
carregar o lixo mental do ressentimento,
responsável por muitos males que infelicitam as pessoas rancorosas.
Quando se cultiva a
mágoa, que dá lugar ao desejo de vingança, envenena-se, no falso pensamento de que esse
tóxico irá matar o adversário, sendo por ele, porém, lentamente
assassinado.
Somente o perdão incondicional
dá a paz íntima, libertando o Espírito de todos os atavismos
doentios ainda presentes no seu comportamento.
Figurativamente, todos trazemos
no íntimo um cordeiro pacífico e gentil e um lobo feroz e devorador,
que se espreitam, lutam e se defendem mutuamente, conforme as conjunturas, as situações,
as circunstancias quando se encontram.
A vitória será sempre daquele
que for mais bem alimentado pela mente e pelas emoções de quem os conduz.
Quando se pensa em
perdão, vem logo à mente aquele de natureza teológica,
tradicional, que como conquista de um passaporte para os céus.
A função do perdão é bem
mais importante e de resultados mais imediatos, por ser
fundamental na conquista e na preservação da saúde real.
Se achas difícil
aplicar a benção do perdão em relação ao que te ocorre de desagradável,
a quem te maldiz, entende como é mais complexo tornar-se melhor aquele que
te cria embaraços e animosidades.
A primeira técnica para
o perdão é fazer silêncio diante da acusação,
não vitalizando o mal de que se reveste. No algodão do silencio morrem as
agressões ou diminui o impacto e a ira do agressor.
O inimigo é alguém
infeliz, que se sente desamparado, que conserva inteira a criança maltratada, fugindo
sempre para a agressividade, a fim de esconder a sua insegurança.
O esforço pelo perdão
não significa que as mágoas sejam submetidas ao impulso
do bem, que as dores sejam desconhecidas, que todas as ofensas sejam jogadas sob o tapete no inconsciente...
Se assim fizeres,
estarás somente transferindo-as de campo emocional, gerando conflitos
desnecessários.
Elas devem ser
diluídas, compreendidas, superadas, como resultado das reflexões saudáveis em
torno do próximo e da vida.
Também tu carregas
muitas imperfeições morais que vens superando aos poucos,
naturalmente contando também com a bondade dos outros que te dão a oportunidade
de errar e corrigir-te, de cair e reerguer-te, de aprender
desprendimento pessoal e solidariedade.
Não se vive no mundo
sem enfrentamentos, que são excelentes oportunidades
para se medir os valores morais íntimos, as conquistas mentais, as realizações
pessoais.
Não estranhes, as
pedradas durante as reencarnações.
Elas fazem parte dos
mecanismos de desenvolvimento espiritual, auxiliando-te no avançar para o bem.
A grande lição do Calvário,
além do testemunho do Mestre, foi o Seu brado de perdão, suplicando ao Pai
misericórdia e compaixão para os que o matavam...
Jesus demonstrou ali, o
Seu incomparável amor com todos, especialmente com
aquelas criaturas que O perseguiam, encantadas pelos corrompidos interesses do
imediatismo carnal.
Segue-Lhe pois o
exemplo, e sejas tu aquele que vive a honra da
graça do perdão a todos.
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 06/0l/2018.
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