sábado, 6 de janeiro de 2018


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

A BENÇÃO DO PERDÃO

A harmonia Universal é resultado do equilíbrio entre tudo que existe no infinito das suas diferenças.

No macro ou no microcosmo, existe a ordem, embora, sob o olhar apressado de observador, apresente-se sob forma de caos. Esse caos visto é resultado da pobreza de quem o contempla.

No perfeito ajustamento das leis do universo, as diferenças são responsáveis pelo conjunto equilibrado, como ocorre numa orquestra formada por muitos instrumentos musicais seguindo a mesma partitura  regido por um sábio.

O Pai Amoroso é esse regente universal que criou tudo, tendo como regra básica a simetria.

Os seres humanos também são diferentes sob todos os aspectos: fisiológica, psicológica, e mentalmente, em consequência do processo de evolução em que todos se encontram. É natural, que tenham as mesmas dificuldades, paixões, aspirações e sofrimentos, variando de biotipologia e intensidade emocional.

Consequentemente, em qualquer tipo de relacionamento, sempre há desafios à fraternidade e à afeição, ao respeito e ao comportamento, abrindo espaço para os atritos, as desconfianças, as agressões, as inimizades...

Aqueles em faixas mais primárias do processo de desenvolvimento ético-moral não tendo ainda as energias necessárias  para o equilíbrio, caem em repetidas situações de agressividade e de desconsideração pelos outros.

Ainda sofrem as dificuldades vindas dos instintos, do egoísmo, no qual se protegem ou apoiam, para combater todos que, por um motivo qualquer, ou mesmo sem motivo, apresentam-se como antipáticos ou ocupam o lugar que acreditem lhes pertencer, embora sem condições.

Tornam-se, por isso, sérios adversários que se satisfazem em malsinar, agredir e criar dificuldades.

A verdadeira compreensão do seu estágio antropopsicológico permite que seja desculpado por aquele que se torna vítima indefesa.

Todos vivenciam dificuldades no propósito interior de transformação moral para melhor.

Superar os instintos e adotar a razão como norma de conduta, sem as exigências descabidas nem as negligencias convencionais, é importante razão para se viver em harmonia consigo mesmo, e, por extensão, com o seu próximo.

Somente através do autoconhecimento, dos exercícios de reflexão a respeito dos problemas existenciais, adquire-se o equilíbrio e o sentimento de amor capaz de desenvolver o perdão como norma de conduta em todos os momentos.

Quando se descobre em dificuldades para a superar as tendências negativas e perturbadoras, facilita a compreensão de que os outros também passam pela mesma situação de dificuldade. E daí vem a tolerância das deficiências alheias, desenvolvendo-se o sentimento de compaixão com as misérias humanas, caminho ainda difícil para a ascensão espiritual.


Esforça-te para não carregar o lixo mental do ressentimento, responsável por muitos males que infelicitam as pessoas rancorosas.

Quando se cultiva a mágoa, que dá lugar ao desejo de vingança, envenena-se, no falso pensamento de que esse tóxico irá matar o adversário, sendo por ele, porém, lentamente assassinado.

Somente o perdão incondicional dá a paz íntima, libertando o Espírito de todos os atavismos doentios ainda presentes no seu comportamento.

Figurativamente, todos trazemos no íntimo um cordeiro pacífico e gentil e um lobo feroz e devorador, que se espreitam, lutam e se defendem mutuamente, conforme as conjunturas, as situações, as circunstancias quando se encontram.

A vitória será sempre daquele que for mais bem alimentado pela mente e pelas emoções de quem os conduz.

Quando se pensa em perdão, vem logo à mente aquele de natureza teológica, tradicional, que como conquista de um passaporte para os céus.

A função do perdão é bem mais importante e de resultados mais imediatos, por ser fundamental na conquista e na preservação da saúde real.

Se achas difícil aplicar a benção do perdão em relação ao que te ocorre de desagradável, a quem te maldiz, entende como é mais complexo tornar-se melhor aquele que te cria embaraços e animosidades.

A primeira técnica para o perdão é fazer silêncio diante da acusação, não vitalizando o mal de que se reveste. No algodão do silencio morrem as agressões ou diminui o impacto e a ira do agressor.

O inimigo é alguém infeliz, que se sente desamparado, que conserva inteira a criança maltratada, fugindo sempre para a agressividade, a fim de esconder a sua insegurança.

O esforço pelo perdão não significa que as mágoas sejam submetidas ao impulso do bem, que as dores sejam desconhecidas, que todas as ofensas sejam  jogadas sob o tapete no inconsciente...

Se assim fizeres, estarás somente transferindo-as de campo emocional, gerando conflitos desnecessários.

Elas devem ser diluídas, compreendidas, superadas, como resultado das reflexões saudáveis em torno do próximo e da vida.

Também tu carregas muitas imperfeições morais que vens superando aos poucos, naturalmente contando também com a bondade dos outros que te dão a oportunidade de errar e corrigir-te, de cair e reerguer-te, de aprender desprendimento pessoal e solidariedade.

Não se vive no mundo sem enfrentamentos, que são excelentes oportunidades para se medir os valores morais íntimos, as conquistas mentais, as realizações pessoais.

Não estranhes, as pedradas durante as reencarnações.

Elas fazem parte dos mecanismos de desenvolvimento espiritual, auxiliando-te no avançar para o bem.


A grande lição do Calvário, além do testemunho do Mestre, foi o Seu brado de perdão, suplicando ao Pai misericórdia e compaixão para os que o matavam...

Jesus demonstrou ali, o Seu incomparável amor com todos, especialmente com aquelas criaturas que O perseguiam, encantadas pelos corrompidos interesses do imediatismo carnal.

Segue-Lhe pois o exemplo, e sejas tu aquele que vive a honra da graça do perdão a todos.  

   Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 06/0l/2018.

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