sexta-feira, 1 de setembro de 2017

“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
em  BUSCA da ILUMINAÇÃO

No cristianismo primitivo, a fé era o elo que identificava a criatura renovada com Jesus.

Ninguém se recuava ao martírio, e, em algumas momentos, buscavam-no alegres.

O holocausto era honra não merecida, graças a ela não havia recusa à fidelidade nem recuo da renuncia.

Os raros casos, representavam os vários caracteres que distinguem as criaturas humanas, e aos crentes ainda não convencidos da alta magnitude da conversão, o direito de preservar o corpo, fugindo ao testemunho ali exigido...

A lembrança daqueles mártires  impressiona, a coragem  da aceitação do Mestre, muitas vezes nos primeiros contatos com a fé libertadora, e sem muito tempo dedicado à reflexão. É como se aguardassem a Sua mensagem que, quando percebida, diluía toda a sombra da ignorância, permitindo o entendimento real do significado da vida na terra.

Ouvindo a palavra de consolo e as expectativas a respeito do reino de  Deus, os corações renovavam-se, e a vida, antes sem valor, adquiria um sentido surpreendente, arrebatando o espírito e renovando-o.   

 Como prisioneiros no corpo físico, ao tomarem conhecimento do evangelho, quebravam as presas vigorosas ante as lições do pensamento de Jesus.

O martírio era recebido com louvor e júbilos, mesmo que a debilidade emocional às vezes gerasse pavor e lágrimas, no abismo a que eram atiradas as vítimas da crueldade. O momento do sacrifício era encarado como o instante em que se aureolavam de tudo quanto os sentimentos nobres aguardavam, felicitando-os.

Ante essa desconhecida energia que vitalizava os mártires, os seus algozes mais se enfureciam, aplicando mais terríveis punições que, não, quebravam-lhes o ânimo. Pelo contrário, quanto mais açoites e ódio, mais resignação e misericórdia mantinham em relação aos malfeitores implacáveis. Essa relação de amor desequilibrava-os, porque eles esperavam a presença do ódio a que estavam acostumados nas refregas da inferioridade moral a que se entregavam.

Jesus, desde quando era conhecido, mudava-lhes os conceitos da vida e o sentido psicológico da vida.

A aspiração da independência do corpo, para fruir a liberdade total, fascinava-os e os levava aos piores tipos de execução com o rosto iluminado pela esperança de plenitude.

Deixavam-se penetrar pelas lições de amor ensinadas pelo Sublime Amigo e sentiam o suave e doce encanto da paz que passavam a sentir, enchendo-se da alegria imortalista.

Jesus conquistava-os plenamente, e eles deixavam-se conduzir pelo enlevo e encanto da Sua mensagem.

Quanto mais severas as punições injustas, mais deslumbramento e  dedicação dos que se Lhe afeiçoavam.

Foi esse estoicismo invulgar, antes e depois nunca igualado, que inscreveu nas páginas da história a presença indiscutível e inapagável de Jesus.

A fé cristã aderindo à politica infeliz do império romano e com a formulação engessadora nos dogmas, deixou de arder nos corações e de iluminar nas mentes, para transformar-se a crença em entidade terrena poderosa, onde o poder tornava-se essencial em prejuízo do amor sublime que a caracterizava.

Pela alteração dos objetivos, a troca do reino dos céus pelas ilusões e glórias mentirosas de César no mundo, o combustível poderoso da fé diminuiu e a convicção abrindo lugar para as conveniências humanas.

Com algumas exceções, que foram os mártires de todos os tempos, os discípulos de Jesus hoje, diferem pouco dos que não o aceitam.

As perseguições, antes sofridas, passaram a ser infligidas por eles mesmos aos outros, que se lhes opunham, ante a fascinação das conquistas e louvaminhas humanas. A vida espiritual abriu espaço ao luxo e a prepotência, à dominação e à arbitrariedade.

Quando enfraqueceu quase totalmente ante os camartelos da ciência que a tem desprezado, diante do comportamento dos que se diziam discípulos de Jesus, com poucos servidores fiéis e abnegados, o vazio existencial tomou conta da sociedade, gerando desequilíbrios e alucinações.

Nesse ambiente de dor e de amargura, o Consolador chegou à Terra e reacendeu a chama da verdade, arrancando-a dos dogmas ultramontanos e reativando a pureza dos ensinos incomparáveis do Mártir do Gólgota...

Novas ações de amor passaram a surgir nos grupos sociais chamados à reflexão pelos Espíritos abnegados que voltaram ao mundo como estrelas apontando rumos e convidando à caridade consoladora, que agora passa a despertar o interesse dos novos discípulos do evangelho.

Mas, ante a força do materialismo e do utilitarismo, a debandada de servidores da Terceira Revelação, atirando-se às multidões do prazer e do gozar, é lamentável e devastadora ocorrência não esperada.

Por mais sejam demonstradas as faces nobres da imortalidade do Espírito, as conveniências sociais e as vaidades humanas dominam aos que deveriam se dedicar à renovação e ao trabalho de construção do mundo feliz.

Ninguém quer testemunho nos dias de hoje, e ante a dor natural, o sofrimento de qualquer natureza, logo se deseja solução mágica, com a interferência do sobrenatural, gerando uma comunidade que seria privilegiada e diferente.

Qualquer afeição ao sacrifício e à renuncia dos bens terrenos pela autoiluminação indispensável à harmonia é rotulada de masoquismo ou de fuga psicológica da realidade.

Faltam esforços para libertação dos vícios e das paixões soezes que vem perturbando o processo de elevação, desde há muito permitindo condutas  contrárias aos objetivos da reencarnação.

Ningém deseja dor, devedora como é a criatura humana, prefere transferi-la para depois da morte ou para futuros renascimentos, como se fosse possível evitar-se o processo de evolução por comodidade.

A doutrina espírita, ensina que os lances de provas e angustias são parte do mecanismo de reabilitação e desenvolvimento intelecto-moral na busca pela libertação total.

A dor ainda é o recurso abençoado de despertamento do ser humano que, meditando, encontra os melhores métodos para a vitória sobre as paixões do ego.
Não te confundas, quando chamado ao testemunho, nem lamentes a existência, diante dos sofrimentos inevitáveis.

É indispensável a luta interior pela tua transformação moral para melhor.

Resgatando hoje, o amanhã surgirá cheio de bênçãos, e, desde agora, experimentarás especial energia de paz, encorajando-te ao prosseguimento.

Fortalece-te na fé ante a dor com a  confiança em Deus, tomando Jesus como o teu caminho para Ele, e não temas nunca!

Quando chegar o teu momento de sofrer, alegra-te e avança em paz.

Agindo assim, já estás com a alma iluminada pela sublime claridade do amor de Jesus...
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 01/08/2017.


  



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