sábado, 9 de setembro de 2017

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“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
LAZERES E DIVERTIMENTOS

A indústria do turismo vende os pacotes da ilusão como anestésico para a consciência da responsabilidade, desviando o ser humano do seu programa de autodignificação com o esforço a desenvolver pela consciência lúcida dos objetivos essenciais da existência terrena.

Indivíduos trabalham afanosamente, acumulando recursos e cansaço inevitável, estresse e angustia  decorrente da luta em demasia, muitas vezes aguardando lazeres e diversões que lhes trariam reequilíbrio e alegria pura.

O objetivo do viver não é desfrutar as concessões artificiais que são renovadas diariamente e podem ser conseguidas com recursos financeiros.

Esforçam-se para compensar a ausência física e emocional no lar, junto da família, no desejo de ganhar mais dinheiro, tiram férias coletivas,  fugindo da realidade do dia a dia, que é a participação nos problemas e desafios nessa célula ímpar que são os familiares.

Como aves tagarelas, fazendo a viagem dos sonhos e da distração, visitam lugares do ócio, onde predominam a beleza das paisagens, os artefatos de alto valor tecnológico para  esquecimento dos problemas, vivendo o mundo de fantasias e do cansaço, das caminhadas exaustivas, dos suores e dos aborrecimentos, esteja-se onde estiver...
Quando chega aos lugares paradisíacos, passada a primeira emoção, descobre que quase todo mundo decidiu a mesma coisa, escolheu o mesmo local e suas ofertas fantásticas, ouvindo os guias monótonos, as crianças irritadas, as despesas não previstas, piorando o orçamento, desencanto inicial...

Ao invés do repouso, vem o corre-corre das filas imensas ou o silencio dos lugares selecionados que, após algum tempo, levam ao tédio e ao arrependimento.

As promoções bem elaboradas magoam aos que não podem participar, sentindo-se humilhados no grupo social, levando-os à depressão.

Qual a busca, da criatura humana, senão as aparências, os aplausos, a ilusão?

O esforço prolongado traz cansaço e mal-estar, sensações de aniquilamento e de abandono.
A crença surge, como estímulo renovador, trazendo alegria, permitindo estímulos edificantes.

O ser humano traz infinito cabedal de energia e de vitalidade.

Mas, atraído pelo exterior, não se anima a auto-penetrar-se, a encontrar as respostas claras para as suas necessidades.

A fantasia, vem da riqueza da imaginação, convida aos voos, alguns alucinantes das conquistas consumistas, ou à jornada dos problemas, quando a vida propõe os enfrentamentos que são superados pelas soluções naturais.

Nessa impaciência, o indivíduo não pensa na sua realidade imortal, escolhendo ser vítima necessitada de apoio, invejando os lutadores  que considera privilegiados pela vida.

Há lazeres no lar, no trabalho, na comunidade, ricos de divertimentos domestico não desgastantes, como frutos da consciência objetiva do dever.

Se estas cansado no teu trabalho, muda a rotina, retempera o animo e sentirás renovação emocional, tornando-te tranquilo.

Pensa nos teus compromissos e põe-lhe o sal do amor, pensando nas metas a alcançar, especialmente quando tem significado profundo.

Considera o trabalho benção que deves honrar, não mantendo o desejo infantil somente de férias e de repouso.

Quem age no bem conscientemente sente imensa alegria e, se sente estafa, transfere-se para outro tipo de ação, renovando-se e continuando.

Toda ilusão, quando enfrenta a realidade e dilui-se, deixa marcas de desencanto. Se morre, alguns indivíduos também sentem-lhe o morrer das suas aspirações caracterizadas pela falsa necessidade do gozo, do prazer, do ter...

As alegrias das férias de encantamento passam e voltam os compromissos que ficaram esperando, esquecidos na magia e no encantamento de breve duração.

Pessoas que moram nas montanhas e entediam-se com as suas paisagens querem viver à beira-mar, nas praias, onde outras ali vivem, desmotivadas pelo largo período no mesmo local, sonham com as altitudes...

Enquanto os turistas risonhos felicitam-se no prazer, os funcionários que os servem com sorrisos profissionais, muitas vezes interiormente irritados, trazem o desejo, quase incontrolável, de fugir  para outros locais onde gostariam de estar e de serem servidos.

Não acolhas a tristeza, quando não possas fazer parte dos grupos sorridentes de conquistadores do mundo mágico da imaginação deslumbrada.

Faz um programa do que te é importante ou secundário e trabalha com alegria, e nenhum cansaço te amarfanhará as horas.

Preenche as tuas horas com atividades produtivas, e nas dedicadas ao repouso, ao lazer, não desligando da realidade,  ativo mentalmente e com emoção de felicidade.

Olha os grupos barulhentos dos festeiros e divertidos depois das festas, e verás a máscara do mal-estar presa à face ou a aceitação para dizer como foram as alegrias, numa necessidade de exibir o ego,  acalmando a frustração.

Vida alegre é marcada pelo trabalho contínuo, enriquecedor e natural.

Faz do teu lar o abençoado lugar de ação e de paz, onde a alegria resulte do prazer de viver e de amar.

E quando possas espairecer, mudando de ambiente, procurando lazeres e divertimentos convencionais, vive-os no seu momento, sem que se tornem pesada carga de despesas inoportunas ou geradoras de futuros desencantos.


Jesus disse, até hoje trabalha,  referindo-se ao Pai que nunca parou de agir.

O cristão primitivo, no sublime trabalho da autoiluminação e da caridade, encontrava a alegria que os lazeres e divertimentos de fora não traziam.

Acorda, para que a ilusão não confunda o teu dia de ação, anunciando-te júbilos que se transformam em esgares.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 09/09/2017.

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