terça-feira, 19 de abril de 2016


EXPERIÊNCIAS VISIONÁRIAS

Na aplicação da imaginação ativa há um tempo ou fase em que o indivíduo que busca à individuação, alcançando um grau maior de compreensão das experiências e vivências que não viveu, após desfrutá-las, avança mais corajoso e espera que ocorram as experiências visionárias.
A vivência dessas vidas não vividas dá uma ressignificação à vida terrena, eliminando do inconsciente frustrações e inseguranças por não as ter experimentado, nem pela imaginação criativa.
As experiências visionárias ocorrem em duas etapas: a primeira quando o aprendiz está preparado, conforme a tradição esotérica, o mestre aparece; a segunda, quando fenômenos paranormais ocorrem, chamando a atenção para outra dimensão da vida que não é exclusiva da vida material.
Nos dois casos os mais importantes psicólogos dizem poder ser delírio do inconsciente ou  fantasias místicas. Apesar da, importante posição, elas demonstram a indestrutibilidade do Espírito, expressando-se como o self. (o Eu profundo, o Ser espiritual, Imortal, o Si).
Há as de caráter psicopatológico, unidas à fenômenos mediúnicos de obsessão, e as portadoras de iluminação para o sensitivo que se torna instrumento do mundo além da matéria, demonstrando que o significado da vida continua  após o túmulo, onde ela (a vida) não acaba.
Na visão materialista da psicologia, Deus – como figura mitológica ou transferência neurótica do pai fisiológico para o transcendental – usou muitas representações humanas para encarar a Sua criação, como a da escada de Jacó no estado onírico, que a construiu para o acesso ao céu e descida para a Terra. O inconsciente coletivo da humanidade construiria essa escada em forma de visões humanas, atendendo a necessidade de compreensão dos mistérios da vida.
Tais fenômenos, são considerados anímicos, por se originar no  sensitivo, outros, transcendem a psique mostrando vir de outra dimensão, como a psicografia com duas mãos, as correspondências cruzadas, o profetismo, a xenoglossia – comunicação em idioma desconhecido do paciente, incluindo línguas mortas ou extintas -, ou em manifestações ectoplásmicas, de materializações.
Despertar o ser humano para a sua imortalidade, para os deveres com a sua iluminação, para a conquista da saúde integral, para a gratidão pela honra de viver no corpo e libertar-se dele, continuando vivo. (grifo meu)
Normalmente produzem grandes mudanças no comportamento para melhor, porque liberta o paciente de constrições espirituais danosas, como os transtornos obsessivos, da culpa, em razão de se pacificar com aquele a quem afligiu ou infelicitou em experiência anterior, trazendo-lhe alegria de viver, ao superar o entendimento da morte como fim da vida.
Essas experiências mediúnicas ocorrem pela vontade ou não daquele que lhe é instrumento desde a infância ou surgem em qualquer período da vida física.
Pode ter início durante uma enfermidade, ou em plena saúde e, ou em harmonia psicofísica.
Dilatando a percepção psíquica como um sexto sentido como definiu o Prof. Charles Richet, que a estudou mais de quarenta anos...
Surge suavemente, como brisa emocional ou como tempestades trazendo preocupação, precisando de cuidados especializados, para que sejam portadoras de equilíbrio e de utilidade.
Allan Kardec estudou-as longamente, trazendo observações práticas e cuidadosas com mais de mil portadores da faculdade, classificando suas manifestações e catalogando-as como orgânica, por localizar-se no cérebro, como ocorre com a inteligência, a memoria, as aptidões artísticas e culturais, religiosas e científicas... 
O preconceito vigente no século XIX com tudo que transcende aos padrões estabelecidos e às superstições em que se alicerçavam algumas crenças religiosas castradoras e punitivas procurou erradicar dos seus estudos nas áreas acadêmicas tudo que parecesse místico, como fez Sigmund Freud. A sua intolerância foi tamanha, quando abraçou a ditadura da libido, que interrompeu seu relacionamento com Jung, a partir de quando este em visita à sua residência em Viena acompanhou os estalidos produzidos na estante de livros, procurando esclarecer que era uma emanação catalíptica e que se iriam repetir, como ocorreu...
Receoso de que os misticismos pudessem incorporar-se à psicanálise que nascia, procurou proteger de qualquer confusão, mantendo-se adversário inclusive da religião, que considerava uma neurose da sociedade.
Quando em Paris, participando das experiências hipnológicas realizadas pelo anatomopatologista Jean-Martin Charcot, recebeu de Charles Richet, auxiliar do mestre, o Tratado de metapsíquica humana, que era a síntese das pesquisas do sábio fisiologista, não a lendo nem superficialmente. Quando o fez quarenta anos depois, lamentou-se pelo tempo passado, dizendo que, se o tivesse feito antes, teria encontrado muito material para as suas próprias pesquisas e conclusões.
Os fenômenos foram estudados por outros nobres cientistas que os confirmaram, após submeterem os médiuns aos mais rigorosos instrumentos de controle, como impedimento de fraude, comprovando assim a realidade das manifestações espirituais que ocorriam simultaneamente em diferentes países do mundo...
Garimpando todas as informações e observando as manifestações espirituais que ocorriam diante dele, Allan Kardec apresentou O livro dos médiuns,  tratado raro sobre a fenomenologia paranormal, partindo da possiblidade de que existem Espíritos até às conclusões da sua realidade e da sua interferência na vida humana, no comportamento e na saúde, nos relacionamentos afetivos, nas animosidades, nos fenômenos da natureza, nos enigmas da psicometria, do profetismo e das aparições...
Com essa contribuição, diante do grande número de portadores de transtornos de varias origens, podem-se inserir as perturbações obsessivas também como responsáveis por transtornos e problemas afilgentes.
No quadro das experiências visionárias podem-se incluir os fenômenos anímicos e mediúnicos como responsáveis por grande número delas, convidando o ser humano à individuação.
Nesse particular há lugar para a gratidão aos  imortais, por se preocupar com os que ainda se encontram no envoltório material e não lembram da procedência espiritual, ajudando-os a preparar-se para a volta inevitável ao grande lar.

Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 19/04/16.

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