quinta-feira, 21 de abril de 2016


ENCONTRO COM O SELF
Jung definiu o self como, representação do “objetivo do homem inteiro, realização de sua totalidade e de sua individualidade, com ou contra sua vontade. A dinâmica desse processo é o instinto, que vigia para que tudo o que pertence a uma vida individual figure ali, quer o sujeito concorde ou não, tenha ciência do que acontece, ou não.”
Conduzido pelo instinto, o self experimenta o seu comando, vivenciando em transformação contínua e sublimante para a individuação.
Experimentando a sombra, busca auxiliar o ego na sua integração plena durante a vigência do eixo que os vincula e os influencia reciprocamente.
Mesmo considerando que a sombra dá origem a muitos conflitos, em muitas situações ela  produz alegria, relacionamentos felizes, razão de viver, trazendo outra face contrária à sua constituição primitiva como arquétipo.
Na integração da anima com o animus, para conseguir a harmonia, a sombra contribui com  uma parcela de entendimento das suas finalidades, possibilitando a vivencia de ambos sem perturbação da persona. Resultante da repressão de muitos sentimentos que não puderam ser vividos, emerge do inconsciente e expressa-se como aflição.
Acredita-se que a função do médico é curar, que ele deve estar sempre preparado, às ordens. Mas existem, fatores que o faz mudar essa estrutura da persona, assumindo também o comportamento de esposo e pai, de cidadão e idealista com direito a outras atividades, desde antes da concepção, que são as heranças do inconsciente coletivo.
A compreensão dos ensinos espiritas, diz que esses arquivos do inconsciente coletivo  resultam de vivencias do Espirito em reencarnações passadas, trazendo tais heranças no períspirito. Não é de estranhar que se tornem rejeições da consciência, que as mantém estáticas e uniformes, aguardando o momento de se expressar.
O indivíduo nasce com essas informações adormecidas, que vão ressumando através dos tempos e tornando-se conscientes pelo self.
A imagem apresentada por Jung sobre o inconsciente é bem fundamentada, por o imaginar como um iceberg, com apenas 5% do seu volume visível (consciência), tendo os 95% da sua massa submersos (o inconsciente). Assim se encontra a consciência no ser humano. Já Freud com o mesmo conceito, o comparou a um oceano, sendo a consciência uma casa de noz sobre o inconsciente.
Os arquivos das experiências passadas vividas  nas existências corporais é grande, presentes no inconsciente vão sendo revividas pela consciência, nos momentos de grandes transes de sofrimento, nos estados alterados (de consciência), durante os estágios oníricos, sendo liberados automaticamente, permitindo que o Espírito volte a vivê-los.
Por causa, desse imenso arsenal presente no inconsciente é que pode flutuar na consciência, muitos conflitos e complexos da personalidade tomam corpo, e leva as pessoas a transtornos de vários nomes.
Quantos pacientes resignados na miséria, confiantes na escassez, nobres e honestos nas situações socioeconômicas mais lamentáveis da existência  em que se encontram!
Eles mesmo em tal situação continuam exercendo os caracteres morais da vida anterior, quando se encontravam em posição de relevo, no poder, no conforto, na dignidade, e hoje experimentam o oposto, contribuindo pelo self harmônico, com o ego nele integrado, formando a unidade.
Os soberbos e malcriados na pobreza, agressivos e raivosos, ostentando recursos que não tem, (re) vivendo situações anteriores que não puderam ser  cumpridas com dignidade, e voltaram a terra em provas e expiações rigorosas, para valorizarem as oportunidades existenciais, especialmente os desafios ou provações da riqueza, do poder, da beleza, das situações invejáveis que  são transformadas em sítios de escravidão para os quais o self volta quando das  recordações inconscientes.
Os complexos de inferioridade ou de superioridade em que muitas pessoas se encontram, não conseguindo esconder as magoas da situação em que se encontram, projetando o que está no inconsciente, na difícil condição em que vivem no mundo, se originam nas condutas em existências passadas que não souberam utilizar, aplicando de forma irresponsável.
Essas pessoas – portadoras do complexo de inferioridade – são rudes, ingratas, exigentes, satisfazendo-se em humilhar os auxiliares,  dominadoras e inacessíveis... Assim também as – portadoras de complexo de superioridade – nem se permitem ao convívio familiar e social saudável em que estagiam, não escondendo o conflito que as amargura...
Heranças marcantes de vidas passadas são mais comuns do que parece, consumindo suas vítimas, que os conservam.
Cabe ao self diluir tais construções impressas na persona pelo inconsciente pessoal desde que a psique começou a animar a matéria na concepção fetal.
Adotar condutas saudáveis disciplinando a sombra, que se apresenta como instrumento de execução dessas frustrações do processo evolutivo, é inevitável e pede aplicação imediata.
Com a reflexão é possível ao self constatar o que é e como se conduz, esforçando-se por alterar as emissões mentais direcionando para condutas mais equilibradas, escolhendo padrões de saúde que propicia relacionamentos edificantes e compensadores.
Com as imagens reprimidas no inconsciente, esses pacientes não percebem o quanto devem à vida, tornando-se ingratos e reacionários, quando, ocorrendo uma mudança de atitude que se adquire através da analise que permite identificar as mazelas, pode começar a bendizer a vida, por ascender na escala de valores, por vencer a empáfia, e agradecer a oportunidade de crescimento real para a felicidade.
É com esse esforço que o ego se integrará no self, sem que desapareçam os seus valores de alto significado.

Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 21/04/16.

Nenhum comentário: