segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

 

Blog: Psicologia Espírita

REFLETINDO A ALMA

GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

livro em leitura e estudo: VIDAS VAZIAS

 

Texto: INGRATIDÃO

 

O processo antropológico da evolução é lento e pede  modificações, adaptações e conquistas psicológicas que vão ocorrer com o tempo. No seu começo vem sob a forma de  evolução aritmética, passo a passo, depois de atingir determinados patamares, ocorre como desenvolvimento geométrico.

 

Quando atinge o estágio da inteligência, do discernimento, da compreensão, da ética e do sentido moral da vida, as conquistas ocorrem em saltos quânticos que possibilita atingir a plenitude.

 

O desempenho do ego na libertação das paixões pede cuidados e perseverança constantes, não se permitindo que más inclinações, vindas de etapas anteriores, se coloquem acima das experiências iluminativas.

 

Muitas vezes, aquele que busca a elevação espiritual luta com hábitos adquiridos, expressando condutas, tropeçando e reincidindo, sem o avanço permanente, que seria o ideal.

 

É preciso libertar-se das heranças infelizes e dos comportamentos doentios que se colocam como prazer, em cada reencarnação.

 

Muitos impositivos do passado continuam dominando nas formas de conduta.

 

Por achar que merece todos os respeitos e honras, o egoísmo, comanda em chefe as imperfeições morais que insistem em continuar e prejudicam ainda mais.

Herança perversa do período egocêntrico, quando se acreditava ser a razão de o Sol brilhar, herança que ainda se encontra na maioria das decisões e tentativas de crescimento intelecto-moral.

 

É necessário, uma conscientização lúcida e firme para trabalhar-se mental e emocionalmente para diluí-lo, ampliando os horizontes da fraternidade, e para reconhecer o quanto é necessário o convívio em grupo e o quanto é feliz aquele que sabe conviver e repartir alegria com o seu próximo.

 

Muitas vezes, o egoísmo resulta de transtornos mentais ou emocionais, isolando o indivíduo que, sente-se superior aos demais, evitando misturar-se com a massa, se destacando do grupo social pelo temperamento doentio.

 

Nesse estágio é comum a pessoa sentir-se  merecedora do esforço de outros, do seu trabalho, das suas gentilezas e dependência, circulando a sua volta, mesmo distante fisicamente para não criar incômodos ou aborrecimentos no sempre insatisfeito egotista.

 

Não se interessando em modificar-se, por sentir-se bem na situação em que se encontra, faz-se simpático para conquistar as outras pessoas, sabe atingir os pontos frágeis das pessoas generosas e torna-se parasita a roubar-lhes a confiança, a afeição, que não correspondem ou nem consideram importantes. Se considerando sempre mais merecedores e soberbos.

 

Desprezam com facilidade quem os ajudam e os estimam, continuando vazios de valores emocionais que os faria entender quanto prejudicam as outras pessoas na sua maneira atrevida de conviver.

 

Quando percebem que não impressionam mais com os seus arroubos e gentilezas forçados, disfarçam e tentam reconquistar quem se afasta, e continua sua caminhada habitual...

 

A ingratidão é doença do Espírito, e deve ser combatida por todos que lhe são vítimas.

 

Pedro, que conviveu com o Mestre em intimidade e recebeu d’Ele muitos tesouros de amor e de socorro, negou-O três vezes, apesar de advertido sobre o egoísmo que ainda se encontrava no seu caráter.

 

Mas caindo em si, soube conquistar a humildade e dedicar-se à pregação e vivencia dos valiosos ensinos do Senhor, doando a vida em sublime holocausto de amor.

 

Judas, também que recebeu de Jesus varias demonstrações de ternura e de afetividade, não resistiu à tentação de vendê-lo, para lucrar as moedas da traição, caindo, depois, em si, e optando pelo suicídio infame.

 

São exemplos importantes de ingratidão que podem ser classificados como traição ao amor, ao devotamento e a confiança que o Rabi lhes ofereceu aos sentimentos, e eles não souberam ou não compreenderam.

 

O ingrato é, também, um traidor da confiança e do respeito que lhe tem sido oferecido.

 

Esse ingrato que foi beneficiado em momento de dificuldade pela bondade do amigo e, a partir daí, todas as bênçãos que lhe chegaram foram consequência feliz do ato inicial que o livrou do problema, da aflição.

 

Nunca podemos retribuir devidamente um ato de bondade salvador, uma entrega de ternura e um gesto de compreensão. Dessa forma se adquire uma dívida com a Consciência Cósmica, que  aguarda momento para que o gesto se dirija em benefício do outro que se encontre em situação equivalente.

 

O ingrato sempre produz mal ao seu benfeitor pelo efeito emocional produzido com o seu comportamento, diminuindo a intensidade do espírito fraternal ou tornando indiferente quem acreditava na generosidade, no socorro imediato.

 

O ingrato é pessoa infeliz, por lhe faltar ainda a sensibilidade de amar realmente alguém. Toda expressão de afetividade está na condição da retribuição de algo.

 

Felizes são os que não desanimam, mesmo traídos, enganados e esquecidos após fazerem o bem.

 

Quando as condições forem favoráveis a semente que foi lançada no subsolo ela germinará.

 

Assim também é a bondade que se oferece ao próximo.

 

Continua gentil sem te afetar pela rudeza dos ingratos, compreendendo que é sempre melhor para aquele que dá e é bondoso.

 

A vida da Terra, por mais longa que seja, é sempre de duração rápida...

 

Se ocorre inimizades e alguém busca a vingança, quando a executa, se satisfaz no momento, porém, se perdoa fruirá do bem estar para sempre.

 

Não te perturbes com os que te exploraram, te enganaram, mentiram para conseguir o que queriam. As experiências irão lhes ensinar e tu continuarás amando, porque o bem que se faz é moeda de amor que se transformará em soberana luz de bem esta-estar.

 

Quando não puderes retribuir ao teu benfeitor algo do muito que ele te ofereceu, passa a outrem a colaboração da amizade, o sorriso da simpatia, a ajuda já possível de ofertar.

 

O mundo está cheio de ingratos, mas o amor vai aos poucos vencendo as resistências do egoísmo e espalhando ternura, afeto e gratidão em toda parte.

 

 

 

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Vidas Vazias, Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 22/02/2021.

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