segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

 

Blog: Psicologia Espírita

REFLETINDO A ALMA

GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

livro em leitura e estudo: VIDAS VAZIAS

 

Texto: INGRATIDÃO

 

O processo antropológico da evolução é lento e pede as modificações, adaptações e conquistas psicológicas que vão ocorrer com o passar do tempo. No seu começo ocorre sob a forma de  evolução aritmética, passo a passo, depois de atingir determinados patamares, ocorre o desenvolvimento geométrico.

 

Ao atingir o estágio elevado da inteligência, do discernimento, da compreensão, da ética e do sentido moral da vida, as conquistas ocorrem em saltos quânticos o que vai permitir atingir a plenitude.

 

Mas, o desempenho do ego na libertação das paixões pede cuidados e perseverança constantes, não se permitindo que as más inclinações, que vem das etapas anteriores, se coloquem acima das experiências iluminativas.

 

Muitas vezes, aquele que busca a elevação espiritual luta em condutas adquiridas como hábitos, continuamente tropeçando e reincidindo, sem o permanente avanço, que seria o ideal.

 

É necessário libertar-se das heranças infelizes e dos comportamentos doentios que se impõem como prazer, em cada reencarnação.

 

São muitos os impositivos do passado que continuam dominando nas formas de conduta.

 

Por compreender que merece todos os respeitos e honras, o egoísmo, torna-se o comandante em chefe das imperfeições morais que insistem em permanecer e que mais prejudicam.

Herança perversa do período egocêntrico, quando se acreditava ser a razão que fazia o Sol brilhar, herança que continua na maioria das decisões e tentativas de crescimento intelecto-moral.

 

É preciso, uma conscientização lúcida e firme para trabalhar-se mental e emocionalmente com a finalidade de diluí-lo, ampliando os horizontes da fraternidade, e reconhecer o quanto é necessário o convívio em grupo e o quanto é feliz todo aquele que sabe conviver e repartir alegria com o seu próximo.

 

Muitas vezes, o egoísmo resulta de transtornos mentais ou emocionais, isolando o indivíduo que, sente-se superior aos demais, evitando misturar-se com a massa, se destacando do grupo social pelo temperamento doentio.

 

Nesse estágio é comum a pessoa se sentir merecedora do esforço de outros, do seu trabalho, das suas gentilezas e dependência, circulando a sua volta, mesmo que estejam, distante fisicamente para não criar incômodos ou aborrecimentos no sempre insatisfeito egotista.

 

Conhecendo-se, e não se interessando em modificar-se, por sentir-se bem na situação inusitada em que se encontra, faz-se simpático para conquistar as outras pessoas, sabe atingir os pontos frágeis das pessoas generosas e torna-se parasita a roubar-lhes a confiança, a afeição, que não correspondem ou nem consideram importantes. Se considerando sempre mais merecedores e soberbos.

 

Desprezam facilmente quem os ajudam e os estimam, seguindo vazios de valores emocionais para entender quanto prejudicam as outras pessoas com a sua maneira atrevida de conviver.

 

Quando percebem que não impressionam mais com os seus arroubos e gentilezas forçados, disfarçam e tentam reconquistar quem se afasta, e continua a sua caminhada habitual...

 

A ingratidão é doença do Espírito, que deve ser combatida por todos que lhe são vítimas.

 

Pedro, que conviveu com o Mestre em intimidade e recebeu d’Ele muitos tesouros de amor e de socorro, negou-O três vezes, apesar de advertido sobre o egoísmo que ainda se encontrava no seu caráter.

 

Mas caindo em si, soube conquistar a humildade e dedicar-se à pregação e vivencia dos valiosos ensinos do Senhor, doando a vida em sublime holocausto de amor.

 

Judas, também que recebeu de Jesus varias demonstrações de ternura e de afetividade, não resistiu à tentação de vendê-lo, para lucrar as moedas da traição, caindo, depois, em si, e optando pelo suicídio infame.

 

São exemplos importantes de ingratidão que podem ser classificados como traição ao amor, ao devotamento e a confiança que o Rabi lhes ofereceu aos sentimentos, e eles não souberam ou não compreenderam.

 

O ingrato é, também, um traidor da confiança e do respeito que lhe tem sido oferecido.

 

Esse ingrato que foi beneficiado em momento de dificuldade pela bondade do amigo e, a partir daí, todas as bênçãos que lhe chegaram foram consequência feliz do ato inicial que o livrou do problema, da aflição.

 

Nunca podemos retribuir devidamente um ato de bondade salvador, uma entrega de ternura e um gesto de compreensão. Dessa forma se conquista uma dívida com a Consciência Cósmica, que  aguarda momento para que o gesto vá em benefício do outro que se encontre em situação equivalente.

 

O ingrato sempre produz mal ao seu benfeitor pelo efeito emocional produzido com o seu comportamento, diminuindo a intensidade do espírito fraternal ou tornando indiferente quem acreditava na generosidade, no socorro imediato.

 

O ingrato é pessoa infeliz, por lhe faltar ainda a sensibilidade de amar realmente alguém. Toda expressão de afetividade está na condição da retribuição de algo.

 

Felizes são os que não desanimam, mesmo traídos, enganados e esquecidos após fazerem o bem.

 

Quando as condições forem favoráveis a semente que foi lançada no subsolo ela germinará.

 

Assim também é a bondade que se oferece ao próximo.

 

Continua gentil sem te permitir afetar pela rudeza dos ingratos, compreendendo que é sempre melhor para aquele que dá e é bondoso.

 

A vida da Terra, por mais longa que seja, é sempre de duração rápida...

 

Se ocorre inimizades e alguém busca a vingança, quando a executa, se satisfaz no momento, porém, se perdoa fruirá do bem estar para sempre.

 

Não te perturbes com os que te exploraram, te enganaram, mentiram para conseguir o que queriam. As experiências irão lhes ensinar e tu continuarás amando, porque o bem que se faz é moeda de amor que setransformará em soberana luz de bem esta-estar.

 

Quando não puderes retribuir ao teu benfeitor algo do muito que ele te ofereceu, passa a outrem a colaboração da amizade, o sorriso da simpatia, a ajuda já possível de ofertar.

 

O mundo está cheio de ingratos, mas o amor vai aos poucos vencendo as resistências do egoísmo e espalhando ternura, afeto e gratidão em toda parte.

 

 

 

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Vidas Vazias, Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 15/02/2021.

 

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