domingo, 7 de julho de 2019


GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Psicologia da Gratidão
AURORREALIZAÇÃO E PAZ


A verdadeira paz é conquistada através da autorrealização, que resulta do autoconhecimento e do dever, trazendo verdadeiro prazer.

Só o amadurecimento psicológico é que leva o individuo com segurança ao auto aprimoramento.

As heranças que esse indivíduo conduz, do período de inconsciência e, mais tarde, do predomínio dos instintos sobre a razão, é responsável pelo retardar do discernimento, levando-o a mais reagir do que agir, a mais atender ao egoísmo do que ao altruísmo, envilecendo-se e não sublimando, com as disciplinas naturais que promovem os ideais de beleza, de elevação e de paz.

Há muitos exemplos de autorrealização, independente de posição social relevante, de posses expressivas, de conquista universitária, de grandes destaques.

Trata-se de um estado interior de satisfação e de confiança nas possibilidades que se tem e estão sendo sempre colocadas a serviço do melhor.

Contam que uma senhora, precisava de uma faxineira e uma amiga lhe recomendou uma pessoa credora de confiança com excelentes qualidades.

Contratou-a, por telefone, marcou o dia e a hora em que ela deveria iniciar o serviço.

Quando viu, ficou surpresa, notando que era bastante jovem, muito bem vestida e veio no seu próprio automóvel.

Explicou-lhe os deveres, e autorizou-a a realiza-los.

A jovem, com desenvoltura, fez tudo com esmero até concluir a limpeza.

Quando terminou, a auxiliar pediu licença para fazer uma ligação telefônica, e foi atendida.

O diálogo foi rápido e claro.

A jovem perguntou:
- A senhora está necessitando de uma faxineira?

E a outra pessoa respondeu:

- Não, eu já tenho uma.

- Eu, porém, sou muito boa, cuidadosa e posso fazer um preço muito acessível.

- Agradeço, porém, já tenho uma com esses requisitos.

- Insisto, porque não apenas cuido da limpeza, mas também aspiro, lavo, encero e tiro o lixo, deixando os banheiros brilhantes como ninguém o faz, assim como a louça muito bem cuidada e arrumada...

- Infelizmente não necessito, porque a minha faxineira é excelente e faz tudo isso.

Assim que ela desligou, a nova patroa disse penalizada:

- Ouvi a conversa e lamento que você tenha perdido uma nova cliente...

-Não senhora!- respondeu a faxineira. – Eu sou a faxineira dela e estava somente fazendo um teste de avaliação, de como é visto o meu trabalho, o qual me proporciona uma grande satisfação.

Na busca da autorrealização, todo serviço é digno e relevante, de acordo com o desenvolvimento com que ele é executado.

Enquanto houver no ser humano a presunção e a falsa consciência de superioridade por qualquer ocorrência que o projete na sociedade, o brilho da situação confortável dificilmente vai lhe trazer paz interior, porque a sombra vai estar predominando no seu comportamento.

Quando não se é capaz de reconhecer a transitoriedade das circunstancias e a fragilidade orgânica na qual o Espírito viaja no processo evolutivo, os conflitos estabelecem-se, como falsos triunfos e preconceitos mórbidos, doentios.

Allan Kardec, num estudo sobre os períodos da evolução da sociedade, após examinar o poder responsável pelo controle do grupo social, considerou que a primeira etapa do fenômeno foi de ordem patriarcal, pela natural força moral do chefe do clã, numa fase de predomínio dos instintos. Depois,  a força do grupo elegeu o portador de mais resistência e poder de luta, surgindo o controle político e social mediante a autoridade do força bruta, assim se estabelecendo uma segunda aristocracia. Os poderosos, pelos recursos que possuíam, os passavam para os descendentes, incluindo a autoridade de que se revestiam. Os débeis sempre se deixam levar pelos mais audaciosos, submetendo-se aos que sucedem aos transitórios governantes, surgindo assim uma terceira classe, chamada de aristocracia do nascimento. As ambições e desmandos disso decorrentes culminaram no direito divino dos reis, tornando-os respeitados e temidos.

Se lembrarmos Júlio César, o grande conquistador e extraordinário escritor latino, vamos ver que a sua obsessão pelo poder fez com que ele se proclamasse como Augusto, portanto divino, apesar da sua fragilidade orgânica e dos seus conflitos de vária ordem, que transmitiria o título para outros títeres também insanos do fabuloso império romano...

A evolução cultural e ética da sociedade a pouco e pouco desmontou a arbitrária maquina do poder aristocrático do berço, demonstrando que em todas as classes o ser humano pode atingir culminâncias, tornando-se digno e poderoso pelo esforço e o conhecimento, nascendo então a potencia do dinheiro, porquanto através dele se podem conseguir servidores, áulicos, palaciano, cortesão, bajuladores, soldados, ao lado das coisas que satisfazem as necessidades emocionais e os tormentos psicológicos.

Logo se manifestaram os valores da inteligência, do idealismo que removeram tronos e retiraram  os dominadores perversos, abrindo espaços para uma nova aristocracia, que se tornaria resultado da união da inteligência e da moralidade, surgindo aquela que ficou denominada pelo Codificador do Espiritismo como sendo a intelecto-moral.

Essa condição, na qual se reúnem os legítimos valores da evolução, naturalmente conduz a autorrealização e, em consequência, à paz.

As grandiosas aquisições das leis que já fomentam o respeito pelos direitos do próximo atestam o desenvolvimento da sociedade que avança na direção da plenificação dos seus membros.

Certamente, ainda predominam povos na atualidade que se encontram sob a governança infeliz de títeres violentos que estabelecem suas próprias leis e tornam legais o crime hediondo, o furto e o roubo por eles perpetrados, a perseguição infeliz aos inimigos, às raças e etnias que denominam como inferiores... Por mais, no entanto, que se detenham no poder, conforme a história tem demonstrado, passam, deixando a sua marca de selvageria, que fica apagada ante os novos condutores dos destinos daqueles mesmos povos antes submetidos à crueldade, então avançando no rumo das conquistas éticas da civilização que nunca para .

As guerras, que são decorrência da usura e da presunção desses infelizes pigmeus que se acreditam gigantes, logo cessam com o saldo terrível de sofrimentos que são impostos, e a consciência social que renasce abominam aqueles abutres humanos, ambicionando pela paz e pela solidariedade com todas as demais culturas e valores humanos respeitados.

Tal ocorrência assim tem lugar porque a marcha do progresso é ascendente e ninguém, força alguma pode deter, embora ainda permaneçam alguns bolsões de ignorância e de atraso moral, que o amor e o conhecimento conseguirão iluminar no momento próprio que nunca tarda.

Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 07/07/2019.

Nenhum comentário: