GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Psicologia da Gratidão
AURORREALIZAÇÃO E PAZ
A verdadeira paz é conquistada através da autorrealização, que resulta
do autoconhecimento e do dever, trazendo verdadeiro prazer.
Só o amadurecimento psicológico é que leva o individuo com
segurança ao auto aprimoramento.
As heranças que esse indivíduo conduz, do período de inconsciência e, mais tarde, do predomínio dos instintos sobre a
razão, é responsável pelo retardar do discernimento, levando-o a mais reagir do
que agir, a mais atender ao egoísmo do que ao altruísmo, envilecendo-se e não
sublimando, com as disciplinas naturais que promovem os ideais de beleza, de
elevação e de paz.
Há muitos exemplos de autorrealização, independente de posição
social relevante, de posses expressivas, de conquista universitária, de grandes
destaques.
Trata-se de um estado interior de satisfação e de confiança nas possibilidades que se tem e estão
sendo sempre colocadas a serviço do melhor.
Contam que uma senhora, precisava de uma faxineira e uma amiga lhe
recomendou uma pessoa credora de confiança com excelentes qualidades.
Contratou-a, por telefone, marcou o dia e a hora em que ela
deveria iniciar o serviço.
Quando viu, ficou surpresa, notando que era bastante jovem, muito
bem vestida e veio no seu próprio automóvel.
Explicou-lhe os deveres, e autorizou-a a realiza-los.
A jovem, com desenvoltura, fez tudo com esmero até concluir a
limpeza.
Quando terminou, a auxiliar pediu licença para fazer uma ligação telefônica,
e foi atendida.
O diálogo foi rápido e claro.
A jovem perguntou:
- A senhora está necessitando de uma faxineira?
E a outra pessoa respondeu:
- Não, eu já tenho uma.
- Eu, porém, sou muito boa, cuidadosa e posso fazer um preço muito
acessível.
- Agradeço, porém, já tenho uma com esses requisitos.
- Insisto, porque não apenas cuido da limpeza, mas também aspiro,
lavo, encero e tiro o lixo, deixando os banheiros brilhantes como ninguém o
faz, assim como a louça muito bem cuidada e arrumada...
- Infelizmente não necessito, porque a minha faxineira é excelente
e faz tudo isso.
Assim que ela desligou, a nova patroa disse penalizada:
- Ouvi a conversa e lamento que você tenha perdido uma nova
cliente...
-Não senhora!- respondeu a faxineira. – Eu sou a faxineira dela e
estava somente fazendo um teste de avaliação, de como é visto o meu trabalho, o
qual me proporciona uma grande satisfação.
Na busca da autorrealização, todo serviço é digno e relevante, de
acordo com o desenvolvimento com que ele é executado.
Enquanto houver no ser humano a presunção e a falsa consciência de
superioridade por qualquer ocorrência que o projete na sociedade, o brilho da situação confortável dificilmente vai lhe trazer paz interior,
porque a sombra vai estar predominando no seu comportamento.
Quando não se é capaz de reconhecer a transitoriedade das
circunstancias e a fragilidade orgânica na qual o Espírito viaja no processo
evolutivo, os conflitos estabelecem-se, como falsos triunfos e preconceitos mórbidos,
doentios.
Allan Kardec, num estudo sobre os períodos da evolução da
sociedade, após examinar o poder responsável pelo controle do grupo social,
considerou que a primeira
etapa do fenômeno foi de ordem patriarcal, pela natural força moral do
chefe do clã, numa fase de predomínio dos instintos. Depois, a força do grupo elegeu o
portador de mais resistência e poder de luta, surgindo o controle político
e social mediante a autoridade do força
bruta, assim se estabelecendo
uma segunda aristocracia. Os poderosos, pelos recursos
que possuíam, os passavam para os descendentes, incluindo a autoridade de que
se revestiam. Os débeis sempre se deixam levar pelos mais audaciosos,
submetendo-se aos que sucedem aos transitórios governantes, surgindo assim uma terceira classe, chamada de aristocracia do nascimento. As ambições e desmandos disso
decorrentes culminaram no direito divino
dos reis, tornando-os respeitados e temidos.
Se lembrarmos Júlio César, o grande conquistador e extraordinário escritor
latino, vamos ver que a sua obsessão pelo poder fez com que ele se proclamasse
como Augusto, portanto divino, apesar da sua fragilidade orgânica e dos seus
conflitos de vária ordem, que transmitiria o título para outros títeres também
insanos do fabuloso império romano...
A evolução
cultural e ética da sociedade a pouco e pouco desmontou a arbitrária maquina do
poder aristocrático do berço, demonstrando que em todas as
classes o ser humano pode atingir culminâncias, tornando-se digno e poderoso pelo
esforço e o conhecimento, nascendo então
a potencia do dinheiro, porquanto
através dele se podem conseguir servidores, áulicos, palaciano, cortesão, bajuladores,
soldados, ao lado das coisas que satisfazem as necessidades emocionais e os
tormentos psicológicos.
Logo se manifestaram os valores da inteligência, do idealismo que
removeram tronos e retiraram os
dominadores perversos, abrindo espaços para uma nova aristocracia, que se
tornaria resultado da união da inteligência
e da moralidade, surgindo aquela que ficou denominada pelo Codificador do
Espiritismo como sendo a intelecto-moral.
Essa condição, na qual se reúnem os legítimos valores da evolução,
naturalmente conduz a autorrealização e, em consequência, à paz.
As grandiosas aquisições das leis que já fomentam o respeito pelos
direitos do próximo atestam o desenvolvimento da sociedade que avança na
direção da plenificação dos seus membros.
Certamente, ainda predominam povos na atualidade que se encontram
sob a governança infeliz de títeres violentos que estabelecem suas próprias
leis e tornam legais o crime hediondo, o furto e o roubo por eles perpetrados,
a perseguição infeliz aos inimigos, às raças e etnias que denominam como
inferiores... Por mais, no entanto, que se detenham no poder, conforme a
história tem demonstrado, passam, deixando a sua marca de selvageria, que fica
apagada ante os novos condutores dos destinos daqueles mesmos povos antes
submetidos à crueldade, então avançando
no rumo das conquistas éticas da civilização que nunca para .
As guerras, que são decorrência da usura e da presunção desses
infelizes pigmeus que se acreditam gigantes, logo cessam com o saldo terrível de
sofrimentos que são impostos, e a consciência social que renasce abominam
aqueles abutres humanos, ambicionando
pela paz e pela solidariedade com todas as demais culturas e valores humanos
respeitados.
Tal ocorrência assim tem lugar porque a marcha do progresso é
ascendente e ninguém, força alguma pode deter, embora ainda permaneçam alguns
bolsões de ignorância e de atraso moral, que o amor e o conhecimento
conseguirão iluminar no momento próprio que nunca tarda.
Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da gratidão.
Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 07/07/2019.
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