“GRAVITANDO
EM TORNO DE DEUS”
A SUBLIME CANÇÃO
Ouviste a melodia da
sublime canção que vem, desde a dois mil anos, fixando nas mentes e nos
corações a mensagem de libertação que o evangelho proporciona.
O doce canto de
Jesus conseguiu atravessar os tempos e continuar
fascinando as vidas que se Lhe entregaram em total oferta, anelando por
permanecer diante do seu autor.
Cada frase rica de luz
penetra os sentimentos humanos e desencarcera-os das malhas grosseiras das
trevas da ignorância multimilenar, ofertando liberdade e vida.
Os textos encantadores
que falam de parábolas portadoras de incomparável conteúdo relatam os milagres operados pelo amor, encantando os
seres que aspiram por beleza e anseiam pela plenitude da imortalidade.
São narrados com
ternura e ouvidos com unção, abordando o sofrimento da ovelha perdida e do seu
pastor, a angustia da mulher que também perdeu uma dracma, o padecimento do
genitor abandonado pelo filho ingrato e o seu arrependimento, a generosidade do
homem de Samaria que encontrou o judeu caído e deixado na estrada, a ansiedade
das virgens loucas e a da tranquilidade das prudentes, o desgosto do rico
perdulário e a harmonia do pobre Lázaro...
Jamais se haviam
escutado canções como essas e acompanhado a modulação de voz do seu cantor como
Ele o conseguiu fazer.
Por isso mesmo, toda
essa musicalidade permaneceu insuperável, vencendo os séculos e enriquecendo-os
de esperança e de harmonia, mesmo quando a noite
medieval tentou obscurecer-lhe a encantadora magia.
Aqueles que ofertaram a
própria vida ao ministério de permanecer ouvindo-as e vivenciando-lhes os
delicados harpejos puderam resistir à opressão da loucura de cada época, à
crueldade dos surdos em relação à verdade, entregando-se ao holocausto,
cantando-as todas sob suplícios inenarráveis, ansiosos pelo momento de voltarem
a ouvir o seu Cantor...
A sinfonia das bem-aventuranças permaneceu inconclusa,
porque somente a poderiam completar aqueles que ultrapassassem os ritmos de
cada canto na partitura existencial terrestre...E isso ocorreu, a partir do
martirologio que escreveu na mesma página, que seriam ditosos aqueles que
amassem até o sacrifício da própria existência...
E não foram poucos os
poemas que nasceram entre as labaredas fumegantes que os devoraram, ou os
punhais que lhes dilaceraram as carnes em forma de dentes dos animais selvagens
ou dos instrumentos destrutivos habilmente manipulados por gladiadores
insensíveis, a soldo da obsessão coletiva que tomou conta dos três primeiros
séculos de expansão da musicalidade ímpar.
A glória da
imortalidade apresentada na ressurreição do Mestre compositor transformou-se no
conserto final da epopeia musical da Sua mensagem.
A canção continua ainda
vibrando no ar da atualidade, modulada por incontáveis Espíritos que lhe sentem
saudades e necessitam da sua harmonia a fim de prosseguirem na indumentária material.
Se
te encontras desiludido e magoado com os desafios da existência
corporal, para um pouco na corrida do desencanto a que te entregas e ouve a
música sem par do evangelho de Jesus.
Se
experimentas angustia profunda e estás a ponto de desistir
da jornada, diante dos problemas e sofrimentos que te assinalam a marcha,
permite-te um momento de reflexão ouvindo um trecho da sinfonia das bem-aventuranças.
Se sofres o apodo e a
perseguição gratuita ou não dos adversários de ocasião, renova-te ao compasso rítmico
das parábolas portadoras de profundos ensinamentos, que foram cantadas aos
ouvidos dos tempos, a fim de alcançar-te hoje acústica da alma.
Se
enfermidades atrozes roubam-te as energias e pensas que
não disporás de forças para suportar o testemunho, acompanha mentalmente o
ritmo do Cantor no horto das Oliveiras, naquela noite tenebrosa de traição e de
infelizes golpes, iniciando a tragédia que culminou no Gólgota.
Se
sentes solidão e abandono, caminhando em pleno deserto, evoca
os formosos staccatos no grande concerto
que o Mestre regia sempre diante da multidão em sofrimento, partindo depois
para a reflexão e o encontro com o Pai, distante de todos, a sós, e em oração.
Se
te sentes excluído do grupo social em que te movimentas
como consequência da tua eleição espiritual, evoca a franze musical a respeito
daqueles que devem perseverar até o fim,
quando se encontrarão em paz.
Em qualquer situação,
onde estejas e conforme te encontres, sob chuvas de desrespeitos e açoites de
incompreensões, tropeçando e caindo, fixa o pensamento na mensagem que se faz
refrão na canção incomum, quando se refere que no mundo somente teremos aflições...
Impregnado dos acordes
maviosos, torna-te, por tua vez, um cantor, modesto que seja, ampliando a
música da alegria de viver por toda parte, a fim de que outros que se encontram
aturdidos e inquietos possam acalmar as ansiedades, renovar as expectativas de
felicidade, avançando na direção da melodia que verte do Alto e é conduzida
pelos músicos espirituais encarregados de mantê-la viva e pulsante na Terra
sofrida destes dias difíceis.
Nunca te permitas a
surdez e a indiferença ao sublime canto.
Aproveita o dia de luz
enquanto transitas na roupagem carnal, contribuindo com o teu esforço em favor
do movimento sinfônico do evangelho
restaurado pelos imortais, trazendo de volta o inolvidável Cantor.
Enxuga, portanto, o
suor e as lágrimas, no lenço da alegria de viver, da oportunidade que
desfrutas, e nunca te permitas o desfalecimento.
As dificuldades de hoje
se tornarão os sorrisos de amanhã.
As expectativas de
agora se converterão na realidade de logo mais.
O certo é que nunca
mais alguém pôde como Ele cantar o reino
dos céus e sua justiça, a conquista da felicidade e do bem-estar, conforme
o fez.
Não te consideres
deserdado do Seu amor, porque Ele te deixou a harmonia da mensagem para que te
nutras com as suas vibrações, avançando, sorrindo e confiando, sem cessar, no
grande final.
Lentamente, enquanto
amanhece a era nova, o divino canto emociona o mundo sofrido e as vidas
estioladas, enfraquecidas, fragilizadas, proporcionando-lhes renovação e
estímulo para que prossigam todos os indivíduos no bom combate.
Onde quer que te
apresentes, canta sempre a abertura da suave e doce canção: Paz seja convosco! E faze-te, por tua
vez, também cantor da iluminação de todos os seres, pois que, para isso, estás
convidado...
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 22/l2/2017.
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