sexta-feira, 22 de dezembro de 2017


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
A SUBLIME CANÇÃO

Ouviste a melodia da sublime canção que vem, desde a dois mil anos, fixando nas mentes e nos corações a mensagem de libertação que o evangelho proporciona.

O doce canto de Jesus  conseguiu atravessar os tempos e continuar fascinando as vidas que se Lhe entregaram em total oferta, anelando por permanecer diante do seu autor.

Cada frase rica de luz penetra os sentimentos humanos e desencarcera-os das malhas grosseiras das trevas da ignorância multimilenar, ofertando liberdade e vida.

Os textos encantadores que falam de parábolas portadoras de incomparável conteúdo relatam os milagres operados pelo amor, encantando os seres que aspiram por beleza e anseiam pela plenitude da imortalidade.

São narrados com ternura e ouvidos com unção, abordando o sofrimento da ovelha perdida e do seu pastor, a angustia da mulher que também perdeu uma dracma, o padecimento do genitor abandonado pelo filho ingrato e o seu arrependimento, a generosidade do homem de Samaria que encontrou o judeu caído e deixado na estrada, a ansiedade das virgens loucas e a da tranquilidade das prudentes, o desgosto do rico perdulário e a harmonia do pobre Lázaro...

Jamais se haviam escutado canções como essas e acompanhado a modulação de voz do seu cantor como Ele o conseguiu fazer.

Por isso mesmo, toda essa musicalidade permaneceu insuperável, vencendo os séculos e enriquecendo-os de esperança e de harmonia, mesmo quando a noite medieval tentou obscurecer-lhe a encantadora magia.

Aqueles que ofertaram a própria vida ao ministério de permanecer ouvindo-as e vivenciando-lhes os delicados harpejos puderam resistir à opressão da loucura de cada época, à crueldade dos surdos em relação à verdade, entregando-se ao holocausto, cantando-as todas sob suplícios inenarráveis, ansiosos pelo momento de voltarem a ouvir o seu Cantor...

A sinfonia das bem-aventuranças permaneceu inconclusa, porque somente a poderiam completar aqueles que ultrapassassem os ritmos de cada canto na partitura existencial terrestre...E isso ocorreu, a partir do martirologio que escreveu na mesma página, que seriam ditosos aqueles que amassem até o sacrifício da própria existência...

E não foram poucos os poemas que nasceram entre as labaredas fumegantes que os devoraram, ou os punhais que lhes dilaceraram as carnes em forma de dentes dos animais selvagens ou dos instrumentos destrutivos habilmente manipulados por gladiadores insensíveis, a soldo da obsessão coletiva que tomou conta dos três primeiros séculos de expansão da musicalidade ímpar.

A glória da imortalidade apresentada na ressurreição do Mestre compositor transformou-se no conserto final da epopeia musical da Sua mensagem.

A canção continua ainda vibrando no ar da atualidade, modulada por incontáveis Espíritos que lhe sentem saudades e necessitam da sua harmonia a fim de prosseguirem na indumentária material.


Se te encontras desiludido e magoado com os desafios da existência corporal, para um pouco na corrida do desencanto a que te entregas e ouve a música sem par do evangelho de Jesus.

Se experimentas angustia profunda e estás a ponto de desistir da jornada, diante dos problemas e sofrimentos que te assinalam a marcha, permite-te um momento de reflexão ouvindo um trecho da sinfonia das bem-aventuranças.

Se sofres o apodo e a perseguição gratuita ou não dos adversários de ocasião, renova-te ao compasso rítmico das parábolas portadoras de profundos ensinamentos, que foram cantadas aos ouvidos dos tempos, a fim de alcançar-te hoje acústica da alma.

Se enfermidades atrozes roubam-te as energias e pensas que não disporás de forças para suportar o testemunho, acompanha mentalmente o ritmo do Cantor no horto das Oliveiras, naquela noite tenebrosa de traição e de infelizes golpes, iniciando a tragédia que culminou no Gólgota.

Se sentes solidão e abandono, caminhando em pleno deserto, evoca os formosos staccatos no grande concerto que o Mestre regia sempre diante da multidão em sofrimento, partindo depois para a reflexão e o encontro com o Pai, distante de todos, a sós, e em oração.

Se te sentes excluído do grupo social em que te movimentas como consequência da tua eleição espiritual, evoca a franze musical a respeito daqueles que devem perseverar até o fim, quando se encontrarão em paz.

Em qualquer situação, onde estejas e conforme te encontres, sob chuvas de desrespeitos e açoites de incompreensões, tropeçando e caindo, fixa o pensamento na mensagem que se faz refrão na canção incomum, quando se refere que no mundo somente teremos aflições...

Impregnado dos acordes maviosos, torna-te, por tua vez, um cantor, modesto que seja, ampliando a música da alegria de viver por toda parte, a fim de que outros que se encontram aturdidos e inquietos possam acalmar as ansiedades, renovar as expectativas de felicidade, avançando na direção da melodia que verte do Alto e é conduzida pelos músicos espirituais encarregados de mantê-la viva e pulsante na Terra sofrida destes dias difíceis.

Nunca te permitas a surdez e a indiferença ao sublime canto.

Aproveita o dia de luz enquanto transitas na roupagem carnal, contribuindo com o teu esforço em favor do  movimento sinfônico do evangelho restaurado pelos imortais, trazendo de volta o inolvidável Cantor.

Enxuga, portanto, o suor e as lágrimas, no lenço da alegria de viver, da oportunidade que desfrutas, e nunca te permitas o desfalecimento.

As dificuldades de hoje se tornarão os sorrisos de amanhã.

As expectativas de agora se converterão na realidade de logo mais.

O certo é que nunca mais alguém pôde como Ele cantar o reino dos céus e sua justiça, a conquista da felicidade e do bem-estar, conforme o fez.

Não te consideres deserdado do Seu amor, porque Ele te deixou a harmonia da mensagem para que te nutras com as suas vibrações, avançando, sorrindo e confiando, sem cessar, no grande final.

Lentamente, enquanto amanhece a era nova, o divino canto emociona o mundo sofrido e as vidas estioladas, enfraquecidas, fragilizadas, proporcionando-lhes renovação e estímulo para que prossigam todos os indivíduos no bom combate.

Onde quer que te apresentes, canta sempre a abertura da suave e doce canção: Paz seja convosco! E faze-te, por tua vez, também cantor da iluminação de todos os seres, pois que, para isso, estás convidado...    

   Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 22/l2/2017.

Nenhum comentário: