sábado, 14 de outubro de 2017


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

ASSIM PASSA
Sócrates, o eminente discípulo de Anaxágoras e nobre mestre de Platão, através de sofismas bem elaborados, trouxe para a filosofia o comportamento ético-moral.
Graças as suas magnificas lições, foi possível ampliar o pensamento filosófico, ensejando a possibilidade de uma existência feliz, quando respeitados os valores que elevam o ser e o distinguem do bruto, do pessimista, do hedonista ou do simplesmente atormentado pelos conflitos psicológicos.

Com base na imortalidade da alma, ele permitiu que se entendessem as questões e os enigmas antigos e atuais do seu tempo, esclarecendo quem é o ser humano, de onde vem, para onde vai e por que sofre...

Apoiando-se em reflexões profundas a respeito da vida, após exercer algumas profissões que não preencheram o seu mundo íntimo, compreendeu que a sua ascendência influenciava fortemente a sua maneira de ser transcendente...

Seu pai, Sofrônico, excelente escultor,  destacou-se nessa arte, que ele também aprendeu, mas não a exerceu. Mais tarde, ele concluiu que também era um escultor, porque arrancava a alma da argamassa externa e a embelezava com o conhecimento, dando-lhe brilho e oferecendo-lhe a grandeza da sabedoria.

Sua mãe, Fenaréta, era parteira, e ele percebeu que ela era responsável por trazer vidas a existência terrena, lutando para que sobrevivessem a genitora e o nascituro, descobrindo-se,  também nessa condição de alguma forma, por mostrar, esforçar-se para... levar o conhecimento àqueles prisioneiros da ignorância, orientando-os na vida que lhes oferecia com segurança.

Com esse raciocínio elevado, apresentou a sua maiêutica, que se caracteriza com as mesmas condições propiciadas pela parteira, fazendo parir todas as criaturas, iniciando-as na busca das verdades eternas, dos princípios morais essenciais à felicidade.

Lutou obstinadamente pela verdade, entregando-se em totalidade.

Avançou, através das etapas da existência, iluminando consciências, tendo sempre na mente a fatalidade da morte com o seu caráter libertador.

Denunciado por Mileto, Anito e Licons, por corromper a juventude e negar a autoridade dos deuses pátrios, foi levado a julgamento e evitou defender-se, tendo em vista a sua existência grandiosa.

Foi condenado à morte e manteve o conceito oferecido pelo oráculo de Delfos para a sua existência: Conhece-te a ti mesmo...

Recusou a liberdade proposta pelo seu discípulo Críton, que o convidou a escapar do cárcere, graças ao suborno do guarda que cuidava do seu cativeiro, escolhendo a desencarnação digna à existência covarde e fugaz...

Sorveu a cicuta em paz e recomendou que pagassem a dívida de um galo a Asclépio (ou Esculápio), o deus da medicina...

Assim passa a jornada humana, por mais se alongue na direção do tempo sempre imutável.

Diz-se, que o tempo passa... apesar da  sua inexorabilidade, todos e tudo atravessam-no enquanto ele fica inalterado...

Se estás na juventude da viagem humana, valoriza a oportunidade, conquistando conhecimentos e esforçando para que no futuro não lamentes nem te arrependas tardiamente das ações praticadas no passado.

Se estás na fase adulta, observa as mudanças que ocorrem no teu organismo e transforma as experiências em tesouros que te tragam sabedoria para bem viveres, seja em qual situação se te apresente.

Se alcanças a longevidade, aplica o que armazenastes em conhecimentos e vivencias edificantes, de modo que os teus sejam dias de harmonia e de ação dirigidos para a plenitude.

Poucos querem alcançar a idade avançada, mas também não desejam desencarnar, o que é um paradoxo. O problema, não é viver pouco ou muito no corpo, mas bem viver o tempo que lhe seja permitido...

Passam as horas de alegria na juventude, assim como as de expectativas dolorosas.
Que tenhas a lucidez de aprender cada lição que possa ser diretriz e segurança no amanhã.

Cada período da vida traz características próprias que devem ser valorizadas, tirando delas os mais uteis aprendizados.

Muitas vezes, a velhice é marcada pelo desgaste orgânico, pelos distúrbios emocionais e pelos transtornos profundos da mente... Mas quase sempre, representa a forma equivocada ou não decorrentes de encarnações anteriores.

Por isso da mesma forma que se pensa na previdência econômica para o período mais difícil, não se deve esquecer da de natureza imortalista, que é a preparação do futuro espiritual, cultivando pensamentos saudáveis e em atividades enobrecedoras.

Iludido na enfibratura carnal, o Espirito retarda a autoiluminação, olvida os deveres mais importantes, deixando-se envenenar pelas fixações sofredoras e pelas condutas extravagantes.

É natural que, na idade avançada, os frutos dessa sementeira infeliz sejam amargos, quando não tóxicos...

Mesmo assim, depois, as mudanças que se impõem ao corpo, a degeneração dos tecidos e os desejos insaciáveis sejam devastadores.

Vive, de maneira que o conhece-te a ti mesmo que, em todas as épocas da vida, preserves a sabedoria, a paz e o amor.

Iluminando a ética-moral de Sócrates, neste mundo relativo, em que tudo assim passa, o Mestre Jesus propôs o amor que se transforma em benção de caridade, plenificando o ser humano para sempre.

O conhecimento, o amor, e a caridade são portanto valores que nunca passam ficando como sabedoria espiritual para a glória do ser na conquista da sua imortalidade vitoriosa.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 14/l0/2017.

Nenhum comentário: