“GRAVITANDO EM TORNO DE
DEUS”
ASSIM PASSA
Sócrates, o eminente discípulo de
Anaxágoras e nobre mestre de
Platão, através de sofismas bem elaborados, trouxe para a filosofia o
comportamento ético-moral.
Graças
as suas magnificas lições, foi possível ampliar o pensamento filosófico,
ensejando a possibilidade de uma existência feliz, quando respeitados os valores
que elevam o ser e o distinguem do bruto, do pessimista, do hedonista ou do
simplesmente atormentado pelos conflitos psicológicos.
Com
base na imortalidade da alma, ele permitiu que se entendessem as questões e os
enigmas antigos e atuais do seu tempo, esclarecendo quem é o ser humano, de
onde vem, para onde vai e por que sofre...
Apoiando-se
em reflexões profundas a respeito da vida, após exercer algumas profissões que não
preencheram o seu mundo íntimo, compreendeu que a sua ascendência influenciava fortemente
a sua maneira de ser transcendente...
Seu
pai, Sofrônico, excelente escultor, destacou-se
nessa arte, que ele também aprendeu, mas não a exerceu. Mais tarde, ele
concluiu que também era um escultor, porque
arrancava a alma da argamassa externa e a embelezava com o conhecimento,
dando-lhe brilho e oferecendo-lhe a grandeza da sabedoria.
Sua
mãe, Fenaréta, era parteira, e ele percebeu que ela era responsável por trazer
vidas a existência terrena, lutando para que sobrevivessem a genitora e o
nascituro, descobrindo-se, também nessa
condição de alguma forma, por mostrar, esforçar-se para... levar o conhecimento
àqueles prisioneiros da ignorância, orientando-os na vida que lhes oferecia com
segurança.
Com
esse raciocínio elevado, apresentou a sua maiêutica,
que se caracteriza com as mesmas condições propiciadas pela parteira, fazendo parir todas as criaturas, iniciando-as na
busca das verdades eternas, dos princípios morais essenciais à
felicidade.
Lutou
obstinadamente pela verdade, entregando-se em totalidade.
Avançou,
através das etapas da existência, iluminando
consciências, tendo sempre na mente a fatalidade da morte com o seu caráter
libertador.
Denunciado
por Mileto, Anito e Licons, por corromper
a juventude e negar a autoridade dos deuses
pátrios, foi levado a julgamento e evitou defender-se, tendo em vista a sua
existência grandiosa.
Foi
condenado à morte e manteve o conceito oferecido pelo oráculo de Delfos para a
sua existência: Conhece-te a ti mesmo...
Recusou
a liberdade proposta pelo seu discípulo Críton, que o convidou a escapar do
cárcere, graças ao suborno do guarda que cuidava do seu cativeiro, escolhendo a
desencarnação digna à existência covarde e fugaz...
Sorveu
a cicuta em paz e recomendou que pagassem a dívida de um galo a Asclépio (ou
Esculápio), o deus da medicina...
Assim
passa a jornada humana, por mais se alongue na direção do tempo sempre
imutável.
Diz-se,
que o tempo passa... apesar da sua inexorabilidade, todos e tudo atravessam-no
enquanto ele fica inalterado...
Se
estás na juventude da viagem humana, valoriza a oportunidade, conquistando
conhecimentos e esforçando para que no futuro não lamentes nem te arrependas
tardiamente das ações praticadas no passado.
Se
estás na fase adulta, observa as mudanças que ocorrem no teu organismo e
transforma as experiências em tesouros que te tragam sabedoria para bem viveres,
seja em qual situação se te apresente.
Se
alcanças a longevidade, aplica o que armazenastes em conhecimentos e vivencias
edificantes, de modo que os teus sejam dias de harmonia e de ação dirigidos
para a plenitude.
Poucos
querem alcançar a idade avançada, mas também não desejam desencarnar, o que é
um paradoxo. O problema, não é viver pouco ou muito no corpo, mas bem viver o
tempo que lhe seja permitido...
Passam
as horas de alegria na juventude, assim como as de expectativas dolorosas.
Que
tenhas a lucidez de aprender cada lição que possa ser diretriz e segurança no amanhã.
Cada
período da vida traz características próprias que devem ser valorizadas, tirando
delas os mais uteis aprendizados.
Muitas
vezes, a velhice é marcada pelo desgaste orgânico, pelos distúrbios emocionais
e pelos transtornos profundos da mente... Mas quase sempre, representa a forma
equivocada ou não decorrentes de encarnações anteriores.
Por
isso da mesma forma que se pensa na previdência econômica para o período mais
difícil, não se deve esquecer da de natureza imortalista, que é a preparação do
futuro espiritual, cultivando pensamentos saudáveis e em atividades
enobrecedoras.
Iludido
na enfibratura carnal, o Espirito retarda a autoiluminação, olvida os deveres
mais importantes, deixando-se envenenar pelas fixações sofredoras e pelas
condutas extravagantes.
É
natural que, na idade avançada, os frutos dessa sementeira infeliz sejam amargos,
quando não tóxicos...
Mesmo
assim, depois, as mudanças que se impõem ao corpo, a degeneração dos tecidos e
os desejos insaciáveis sejam devastadores.
Vive,
de maneira que o conhece-te a ti mesmo que,
em todas as épocas da vida, preserves a sabedoria, a paz e o amor.
Iluminando
a ética-moral de Sócrates, neste mundo relativo, em que tudo assim passa, o
Mestre Jesus propôs o amor que se transforma em benção de caridade,
plenificando o ser humano para sempre.
O conhecimento, o amor, e a
caridade são portanto valores que nunca passam ficando como sabedoria espiritual para a glória do ser
na conquista da sua imortalidade vitoriosa.
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e
editado por Adáuria Azevedo Farias. 14/l0/2017.
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