RENDENDO-SE À GRATIDÃO
Enquanto
o exercício da gratidão não for natural, espalhando-se
generoso, a maturidade psicológica do indivíduo ainda não atingiu o objetivo a que
deve alcançar.
Considerando que é preciso
consegui-lo pelo esforço moral bem dirigido, o indivíduo aflige-se nos conflitos existenciais, valorizando as
reações e comportamentos negativos do convívio social.
Faltar a gratidão na agenda emocional mostra o
primarismo evolutivo, a ingratidão é
inferioridade moral pedindo terapêutica especifica e cuidadosa, por se
comportar como doenças que consomem o
ser humano.
O
ingrato é ansioso, com baixo nível de autoestima, medo dos
enfrentamentos, conduzindo complexo de
inferioridade.
Se é homenageado ou apontado
por afeições sinceras, ou mimoseado com algo, sofre e, interiormente soberbo, cala o sentimento gratulatório,
demonstrando o transtorno sistêmico que o aflige. Outras vezes sente mágoa ou
desconforto emocional acreditando-se credor de mais consideração, enquanto
inconscientemente ele inveja o outro, o ser generoso e amigo que o busca dignificar.
Suspeita da lealdade de
qualquer amizade, buscando motivos falsos para justificar-se, pela falta de
mérito que reconhece conscientemente, em paradoxo da conduta emocional.
Esconde-se numa aparência
que disfarça os sentimentos, bloqueando as vias do relacionamento, mantendo
atitudes agressivas e medrosas com que afasta as pessoas do seu circulo de
amizade, já bem pequeno. Satisfazendo-se na solidão até que,
supervalorizando-se, faz-se falante, importante, chamando a atenção para os
seus títulos de destaque, após cuja catarse glamourosa volta ao mutismo, à
conduta desagradável.
Em outras situações é gentil
com os estranhos querendo conquistá-los com uma imagem bem projetada, e rude, quando
o objetivo é alcançado.
Esses pacientes são
encantadores fora do lar e verdugos
domésticos de difícil convivência.
A
sombra neles predomina e asfixia as manifestações do self mantendo-se como vítimas da sociedade,
dos indivíduos, incompreendidos.
A
gratidão é sentimento nobre que vem das profundas nascentes da psique.
As
decisões que dignificam o ser humano e a vida, vem do psiquismo – o self – e são captadas
pelo córtex posteromedial que
transmite a mensagem por redes neuronais, incumbidas de atender o impulso
original, transformando aquelas decisões
em emoções de prazer, de felicidade.
Em poucos segundos atingem o
ápice em relação às outras emoções que se expressam mais rapidamente na
organização fisiológica.
Por
isso, as emoções vindas da gratidão são de bem-estar, de
alegria, compensando as despesas
energéticas decorrentes das neurotransmissões com ondas menos harmoniosas e
benéficas.
O
hábito de ser grato, pela repetição, equilibra as descargas de adrenalina e de
noradrenalina, ao tempo em que o cortisol mantém o controle dessas substancias químicas
neutralizando os excessos que poderiam ocorrer, produzindo em consequência
alterações glicêmicas, do ritmo cardíaco... como ocorre com as emoções
inferiores como a ira, o medo, a ansiedade, a mágoa...
Fazendo reflexões sinceras o
indivíduo pode render-se à gratidão,
evitando condutas agressivas e atitudes mentais pessimistas.
Nessa análise, descobre-se o
quanto se tem de reconhecimento e o pouco de que se necessita para uma vida
plena.
O essencial está sempre ao
alcance do ser em evolução, enquanto o secundário é o resultado de ambição egoica
sem medida.
Com esse enfoque percebe-se certas
faltas e carências valorizadas, produzindo sofrimento, pela falta de entendimento
da sua finalidade. Com suas enfermidades, acontecimentos malsucedidos, fenômenos
chamados de aziagos que são parte do processo de crescimento moral e
espiritual, consequentes das ações do passado que os originaram.
Às vezes, uma decepção com
alguém querido, ao invés de ser um mal transforma-se em bem, porque o outro mostra-se,
com melhor possibilidade de o entender além
da sombra em que se oculta.
Insucessos de um momento, bem
administrados, transformam-se em lições de profunda sabedoria, libertando o ego
da sua situação afligente.
Tudo, que ocorre, mesmo que produza
sensações desagradáveis ou emoções desconcertantes, são parte das experiências
que promovem o ser humano, desde que compreenda a sua finalidade, expressando gratidão por sua ocorrência.
Não somente o que traz prazer e sucesso
merece gratulação, até porque a sua passagem é rápida, como a insatisfação e o momentâneo mal-estar...
A compreensão de que tudo
tem um sentido moral e um significado psicológico importante proporciona harmonia
íntima, trabalhando pela superação de como se encontra, para se alcançar a
plenitude.
Muitas existências
aquinhoadas por tesouros, como equilíbrio orgânico e saúde, beleza, prestígio
social e recursos econômicos, sofrem pelo excesso, caindo no tédio, nas
fugas psicológicas levando à quedas morais esses privilegiados.
Deparam-se, em consequência,
duas posturas: a que se caracteriza pela carência, pelo sofrimento, pela falta
de vitórias materiais, que proporcionam alegria quando bem administrados, e a
outra cheia de valores preciosos mas sem significado...
É
Indispensável, a entrega irrestrita à gratidão, à
vivencia da alegria de aprender, à conquista da saúde integral a caminho da
individuação, a perfeita integração do eixo ego-self.
A
psicologia da gratidão abre-se, num elenco de excelentes
recursos que proporciona a felicidade do ser humano.
Texto trabalhado do livro
Psicologia da Gratidão, autor espirito Joanna de Ângelis, psicografia Joanna de
Ângelis. 23/08/2015
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