quarta-feira, 6 de março de 2013

Freud e a estrutura psíquica: descobrindo o inconsciente
 
“o passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.” Mário Quintana
 
Falar do trabalho de Sigmund Freud (1856-1939), como de outros grandes teóricos na área da psique humana, é tarefa complexa, por sua profundidade teórica, e também pelo redimensionamento ou reconstrução de suas teorias ao longo dos anos.
Além da responsabilidade de escrever sobre Freud e sua teoria, o objetivo principal aqui não é o de um aprofundamento teórico, mas de reflexões sobre a teoria psicanalítica para perceber a importância desse pesquisador e suas contribuições para a psicologia.
O pai da psicanalise, teve formação médica, com enfase na neurologia e na psiquiatria. Explorou áreas do psiquismo humano que questionavam tabus religiosos, culturais e científicos, contribuindo para estudos e teorias trazendo a compreensão da personalidade humana, com a percepção do desenvolvimento normal e anormal.
Freud avançou na sua teoria psicanalítica, especialmente a partir de 1885, quando se tornou docente em Neuropatologia e se aproximou do Dr. Charcot, médico do Hospital Salpêtrière, em Paris. Por volta de 1895, Freud desenvolveu seus trabalhos com o Dr. Joseph Breuer sobre a histeria. Considerando situações em que os pacientes apresentavam paralisias motoras, contrações, inibições e até confusão mental. Breuer estudou no ano de 1881, o caso de uma jovem que adoece enquanto servia de enfermeira do seu pai, a quem ela era ligada ternamente. Ele estabeleceu que os sintomas apresentados pela paciente estavam relacionados a esse período de enfermagem. Essa observação permitiu a Breuer concluir que podia libertá-la dessas perturbações quando levava a mesma a expor verbalmente a fantasia afetiva que a dominava no momento. Levando a paciente a penetrar numa hipinose profunda o que a deixava contar o que lhe oprimia a alma, conseguindo assim também livra-la das perturbações corporais. Deixando todos intrigados com a possibilidade de que no estado consciente, a paciente jamais diria como os seus sintomas surgiram e não achava ligação entre os sintomas e a sua vida interior. Esse trabalho apenas foi publicado 10 anos após de ser executado. E Freud conclui que os sintomas haviam surgido "no lugar" das ações não efetuadas, e que para explicar a etiologia dos sintomas histéricos precisa-se penetrar na vida emocional do indivíduo,  na sua vida afetiva e à ação reciproca de forças mentais, à dinâmica, a partir daí essas duas linhas de abordagem são utilizadas.

Segundo Freeman & Small (1962), o artigo escrito por Freud e Breuer - Dos mecanismos psíquicos dos fenômenos histéricos - é uma bomba psicológica que se jogou no mundo, destruindo séculos de mito e superstição. Proclamaram que a causa da histeria não eram demônios, nem magia negra, nem problema da hereditariedade, intenção ou fingimento do  doente, e sim seus desejos recalcados.

Em 1896, Freud usou pela primeira vez o termo "psicanálise" para descrever seus métodos e, em 1900, publicou A interprestação dos sonhos, considerada como um marco da sua teoria, embora no início tivesse vendagem pequena e a segunda edição vários anos depois.

Não buscamos aqui delinear a teoria de Freud, nem aprofundar como nasceu a psicanalise,  antecedentes, dissidentes, nem o percurso teórico e técnico que Freud atravessou para a conceber e formalizar a teoria psicanalítica. Ressalta-se alguns conceitos da teoria freudiana cumprindo do objetivo do presente trabalho, trazer uma melhor compreensão e aprofundamento teórico da obra que a autora espiritual Joanna de Ângelis intitulou "Série Psicológica".
Pode-se ler o texto "Uma breve descrição da Psicanálise" de Freud; "Freud: a trama dos conceitos", de Renato Mezan, além dos 24 volumes de ensaios e conferências.
Esse trabalho está baseado no texto elaborado por Marlon Reikdal do livro Refletindo a Alma do Núcleo de Estudos Psicológicos Joanna de Ângelis
Continua...

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