PREDOMÍNIO
DA SOMBRA (CONTINUAÇÃO)
Como as vivencias ensejam o
despertar da iluminação, ele cai em si reflexiona que no lar, mesmo os
servidores mais insignificantes desfrutam de apoio, alimento e segurança,
enquanto ele nem sequer pode desfrutar com os suínos as alfarroubas que não lhe dão, resolvendo –se pela volta.
Recolhe-se ao mundo íntimo
fragmentado e tem o insight de como
proceder.
O arrependimento é o bálsamo
para a culpa, reconhecendo que pecou contra
o céu e contra ti (o pai), informa, seguro de ser bem recebido, mesmo que
não fosse digno de ter o nome de seu
filho.
O indivíduo comum, ainda não
iluminado, deambulante da ilusão, pode ser comparado ao Filho Pródigo, leviano e insensato, que somente convive com
objetivos de prazer pessoal e interesse mesquinho, distante das propostas éticas
e dos deveres morais.
Vitimado pela libido
exarcebada, entrega-se ao gozo na ilusória conduta de que não se acaba e as
suas forças exaustas logo se renovam...
Pode também aparecer esse arquétipo
nos indivíduos inseguros, instáveis, solitários, que em ninguém confiam,
perdendo excelentes oportunidades de crescimento pela interiorização e pela
reflexão, superando as heranças danosas do processo evolutivo ancestral.
De temperamento facilmente estremunhado,
vive com ressentimentos e invejas, enfermo interiormente, que se nega o
tratamento por acreditar que não tem necessidade, já que aos outros considera
responsáveis pela sua situação psicológica, masoquistamente considerando
incompreendido e perseguido.
Esse anseio de fuga dos
outros é também o tormento da fuga de si mesmo, pela dificuldade que tem de
autoenfrentar-se, de reconhecer a inferioridade e ser estimulado a trabalhá-la
para conseguir a vitória.
É-lhe mais fácil atirar tudo
para cima (ou para baixo) num gesto de libertação e seguir o tormento, para
realizar a volta andrajoso, imundo, humilhado...
O ego presunçoso então desperta lentamente da sombra para o estado numinoso,
que deverá conquistar sob os camartelos do sofrimento, que são os valiosos
recursos hábeis para a vitória.
Quando o genitor pede ao
servo que lhe traga o anel, eis reconfirmado psicologicamente o arquétipo da
antiga Aliança de Deus com os homens,
por intermédio do Arco-Íris,
demonstrando vinculação e amor.
As roupas limpas e novas, o
novilho nutrido para a festa são os formidáveis arquétipos que se encontram em
todos os mitos, particularmente no panteão grego, quando os deuses comungavam
com os homens e banqueteavam-se, chegando, algumas vezes, ao desregramento
pelos excessos que se permitiam.
O gesto do pai abraçando o
filho de volta é a luz do amor que nele dilui a pesada sombra em que ele se debate.
Final do texto: do Cap.
2 – Fragmentações
morais
Do livro Em busca da verdade
pelo espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco – da p.
32-37.
Postado em 30-07-2013
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